Pela Internet

Você pode ouvir o programa Cena Jazz pela Internet no endereço http://www.rtve.pr.gov.br/modules/programacao/radiofm_ao_vivo

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Tributo a Miles Davis

Há vinte anos, no dia 28 de setembro, morreu Miles Davis, um dos maiores nomes da história do jazz. O trompetista estadunidense foi um dos músicos mais influentes do século XX. Sua personalidade inquieta o colocou na liderança de praticamente todos os movimentos que envolveram o jazz e suas fronteiras durante 50 anos. Os ecos de sua arte ainda hoje influenciam músicos e encantam ouvintes do mundo todo.

Miles nos anos 50

Durante esta semana o programa Cena Jazz prestará tributo a essa grande personalidade da música popular do século passado. Nas edições de segunda, quarta e sexta-feira você ouvirá um pouco das histórias e muita música numa grande retrospectiva da carreira do grande Miles Dewey Davis Jr.

No programa de 2ª apresentaremos o início da carreira de Miles como compositor e líder de seus próprios grupos. Mostraremos o álbum The Birth of the Cool que lançou as sementes para o Cool Jazz (também chamado West Coast Jazz) e que iria influenciar até a criação da Bossa Nova. Também receberá destaque o trabalho com seu primeiro grande quinteto e que ajudaria a consolidar uma outra corrente do jazz, o chamado Hard Bop.

No programa de quarta-feira apresentaremos a linha mais evoluída do Hard Bop onde se destaca a segunda formação de seu quinteto – John Coltrane, Bill Evans, Philly Joe Jones, Paul Chambers – e que nos brindou com álbuns extraordinários como o Kind of Blue (o disco de jazz mais vendido da história) e Seven Steps from Heaven, entre tantos outros. Nesta fase se destacam ainda sua parceria com o maestro Gil Evans, seus flertes com a música brasileira (que renderiam inclusive acusações de plágio), e a formação de seu terceiro e último grande quinteto que reuniria Wayne Shorter, Herbie Hancock, Ron Carter e Tony Willians.

Encerrando a semana, na sexta-feira apresentaremos alguma coisa do seu namoro com o free jazz, o mergulho no jazz eletrônico que iria lançar as raízes para o chamado fusion e as experimentações dos anos 80 onde praticamente todas as possibilidades de fusão do jazz com outras linguagens foram experimentadas. De Cindy Lauper ao hip hop, nada escapou do radar desse grande camaleão da arte do século XX, Miles Davis.

Na capa do disco Tutu, de 1986
O Cena Jazz vai ao ar todas segundas, quartas e sexta-feiras às 22 horas na eParaná – 97,1 FM. Produção e apresentação Maurício Cruz.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

09 de setembro de 2011

Depois de um período de ausência volto a publicar o blog do Cena Jazz.

E  nesta sexta o destaque vai para a orquestra de Duke Ellington. A parte inicial do programa apresentará no primeiro bloco o álbum Ellington 65 e na segunda o disco feito sobre os temas da trilha sonora do sucesso eterno Mary Poppins. Estes dois discos foram recebidos pela crítica com sobrancelhas levantadas e bigode torcido. Certo, você não escuta composições do próprio duque Edward ou do príncipe Billy, mas o resultado musical é delicioso.

O primeiro álbum tem um nome de Ellington´65 Hits of the 60’s. O LP trazia 11 hits do período que, em alguns casos, tornaram-se standards. Escolhemos os arranjos de Mr. Ellington e Mr. Strayhorn para as canções Hello Dolly! (Lennie Hayton & Lionel Newman), Charade (Henry Mancini) e Reds Roses for a Blue Lady (Sid Tepper and Roy Bennett). A big band contava com nomes tradicionais como Billy Strayhorn, Johnny Hodges, Cat Anderson, Cootie Williams, Jimmy Hamilton, entre tantos grandes músicos.


A história mágica de Mary Poppins com a orquestra mágica de Duke Ellington
Praticamente o mesmo time dos disco anterior trabalhou no álbum Duke Ellington Plays with the Original Motion Picture Score Walt Disney´s Mary Poppins. Disco de nome quilométrico e boa música! Eu, que sou fã de carteirinha do filme da Disney, não consegui resisti aos encantos propostos por Mr Ellington e sua turma. Os temas que iremos apresentar serão Let´s Go Fly a Kite, The Perfect Nanny e Feed the Birds, todas dos irmãos Richard M. Sherman & Robert B. Sherman. Os dois álbuns foram lançados originalmente pelo selo Reprise.

Depois do intervalo daremos uma virada no programa para o lado da música caribenha. No terceiro bloco você ouvirá Jambo Caribe do inadjetivável Dizzy Gillespie. O álbum, gravado em 1964, pelo selo Verve é uma delícia! Ouviremos Jambo, Fiesta Mojo, And Then She Stopped, todas de Dizzy que toca acompanhado pelos músicos James Mood – flautas e saxofones, Kenny Barron – piano, Chris White – contrabaixo, Rudy Collins – bateria e percussão e Ann Henry – vocais de apoio (o popular backing vocals...)

Dizzy no Caribe. Bom demais!
E da coletânea Instant Party! do texano de ascendência mexicana Poncho Sanchez ouviremos os temas Hey Bud (David Torres), Joselito (Scott Martin) e Watermelon Man (Herbie Hancock). O CD foi lançado em 2004 pelo selo Concord Picante. Mais picante do que concorde!





quarta-feira, 17 de agosto de 2011

17 de agosto de 2011

Quarta-feira sem convidados no Cena Jazz é dia de música sem compromisso.

E começamos com a boa música e o bom humor de George Shearing. Do álbum As Requested, que quinteto do pianista inglês gravou em 1972 para o selo KOCH Records, destacamos os deliciosos temas Girl Talking (Neal Hefti & Bobby Troup) e A Latin´s Lamp (G. Shearing). Compuseram o quinteto Charles Shoemake – xilofone, Ron Anthony – guitarra, Andy Simpkins – contrabaixo, Rusty Jones – bateria.

George  Shearing, pensando na vida
E de vez em quando tocamos Miles Davis no Cena Jazz. De duas sessões de gravação feitas no início dos anos 50, o selo Prestige lançou o álbum Miles Davis and Horns. Selecionamos os temas compostos por Al Cohn Tasty Puding e For Adults Only, ambos da sessão de fevereiro de 1953. O grupo foi integrado por Sonny Truitt – trombone, Al Cohn e Zoot Sims – sax tenor, John Lewis – piano, Leonard Gaskin – contrabaixo e Kenny Clarke – bateria. O sempre inquieto Miles buscava nessa época um novo caminho para sua música após a experiência bem sucedida do álbum Birth of the Cool. Mais um par de anos e ele faria as históricas gravações com John Coltrane que nos brindariam com os quatro álbuns no gerúndio: Cookin´, Smokin´, Workin´ e Relaxin´.

Tenho escutado muito ultimamente o guitarrista Kenny Burrel. E quando ele se encontra com caloroso tenor de Coleman Hawkins, a música fica irresistível. O LP Bluesy Burrel, gravado para o selo MoodsVille em 1962, é o registro deste encontro abençoável. Destacamos os temas Três Palabras (Oswaldo Farres) e a deliciosa balada I Tought About You (Jimmy Van Heusen & Johnny Mercer). Acompanharam a dupla Tommy Flanagan – piano, Major Holley – contrabaixo, Eddie Locke – bateria e Ray Barreto – congas - deu uma canja em Tres Palabras.

Existem alguns músicos que eu gosto de maneira especial – mexem com o corpo e com a alma. Herbie Hancock é um deles. Seu piano versátil carrega uma das mais reverenciadas e controversas carreiras do jazz nas últimas cinco décadas. Da mais pura essência do jazz acústico, passando pelo fusion dos anos 70, e os flertes com o pop contemporâneo, a música de Mr. Hancock sempre é instigante e, muitas vezes, inebriante. Para finalizar o programa de hoje vamos dar uma palhinha de duas destas vertentes. No quarto bloco do programa apresentaremos duas faixas do sensacional álbum Speak Like a Child. Gravado em 1968, o LP lançado pelo selo Blue Note reuniu Thad Jones – flugelhorn, Ron Carter – contrabaixo, Peter Phillips – trombone, Mickey Roker – bateria e Jerry Dodgion – flauta. Escolhemos os temas Speak Like a Child e Goodbye to Childhood, ambas compostas pelo pianista de Chicago.

Herbie Hancock, pensando na vida também
E depois, para encerrar o programa, uma contemporânea. Do álbum que o meu amigo Dr. Fábio Mota gosta muito, River – The Letters of Johnny Mitchel, tocaremos o tema Solitude (De Lange & Duke Ellington).

E ficamos por aí. Sexta tem mais!

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

15 de agosto de 2011

Hoje um Cena Jazz bem bacana. Pianinho como convém aos tempos. Buscando a delicadeza.

E falando em delicadeza nada melhor do que começar o programa com Colemann Hawkins. Do seu álbum Cool Grooves, gravado em maio de 1955 para o selo Prive, destacaremos os temas What´s New? (Bob Haggart & Johnny Burke) e I´ll Never Be The Chame (Matty Malneck, Frank Signorelli & Gus Kahn ). A banda liderada pela "Águia" teve Ernie Royal - trompete, Eddie Bert - trombone, Joe "Earl" Knight - piano, Sidney Gross - guitarra, Wendell Marshal - contrabaixo e Osie Johnson - bateria. Foi uma sessão bem tranquila com Mr Hawkins tocando de maneira relaxada e, mesmo assim, buscando alguns caminhos novos para os temas, conforme você pode perceber em What´s New?.

O programa segue com o pouco conhecido Howard Johnson, um tubista da pesada. Tubista? Você pode estar se perguntando se tuba é instrumento de jazz. É, e tem sido desde os primórdios do gênero quando a tuba fazia o papel hoje reservado ao contrabaixo. E nesse disco, que conta com até cinco tubistas em algumas faixas, os resultados alcançados são espetaculares. O álbum chama-se Gravity e foi lançado em 1998 pelo selo Verve. É o único trabalho como líder de Howard Johnson que eu conheço; uma pena porque o disco é sublime. Escutaremos os temas Stolen Moments (Oliver Nelson) e `Way' Across Georgia (Coleridge Taylor Perkinson). Na primeira faixa temos Mr. Johnson acompanhado por Dave Bergeron, Joe Daley, Carl Kleinsteuber, Earl McIntyre e Marcus Rojas – todos tocando tuba!, James Williams – piano, Melissa Slocun – contrabaixo e Kenny Washington – bateria. Em Way Cross... ouviremos Dave Bergeron, Joe Daley e Carl Kleinsteuber – eufoniun, Tom Malone e Howard Johnson – tuba, George Wadenius – guitarra, Paul Shaffer – piano, Melissa Slocun – contrabaixo e Kenny Washington – bateria. Música maravilhosa!

Howard Johnson, música de tuba. Supreendentemente delicada!
Depois do intervalo receberemos a visita de Diana Krall. De sua mais recente incursão ao mundo da Bossa Nova, o álbum Quiet Nights, ouviremos os temas Guess I'll Hang My Tears Out To Dry (Jule Styne & Sammy Cahn) e How Can You Mend A Broken Heart? (Barry Gibb & Robin Gibb). Miss Krall gravou acompanhada por seu trio com Jeff Hamilton – bateria, Reggie Hamilton – contrabaixo e Anthony Wilson – guitarra além de uma grande orquestra dirigida por Claus Ogerman. Destaque na orquestra para o flautista Steve Kujala. Quite Nights foi lançado pelo selo verve em 2009.

Álbum Happenings de Bobby Hutcherson
E para encerrar o programa com força e delicadeza levaremos ao seu rádio o álbum Happenings do xilofonista Bobby Hutcherson. Gravado em 1966 para o selo Blue Note, o disco contou com as participações de Herbie Hancock – piano, Bob Cranshaw – contrabaixo e Joe Chambers – bateria. Escolhemos a valsa Bouquet – com suas influência de Satie e a balada When You Are Near ambas de Mr Hutcherson. Destaque para o piano de Mr. Hancock e o xilofone do líder.

Cena Jazz em busca da delicadeza perdida.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

25 de julho de 2011

Segunda-feira não é fácil, semana dura pela frente, o programa tem que ser caprichado. E começamos com Johnny Hodges, que quando garoto tentou ser baterista, depois pianista e, felizmente, com 14 anos mudou para o sax alto, nele ficou e transformou-se em um dos maiores saxofonistas de todos os tempos. Mr. Hodges é mais lembrado como um dos principais nomes da orquestra de Duke Ellington, mas sua carreira extrapolou, para o bem, os limites da banda do duque. E isto você pode conferir ouvindo um álbum que ele gravou em 1954 para o selo Norgran Records. O LP Used to Be Duke reúne uma orquestra dirigida pelo saxofonista e apresenta 11 deliciosas faixas que vão da swingada Poor Butterfly (John Golden & Raymond Hubbell) às deliciosas baladas Autumn in New York (Vernon Duke) e Smoke Get in Your Eyes (Jerome Kern & Otto Harbach). A big band que participou das gravações era composta por Johnny Hodges – sax alto, John Coltrane – sax tenor, Harry Carney – sax barítono, Jimmy Hamilton – clarinete, Harold “Shorty” Baker – trompete, Lawrence Brown – trombone, Richard Powell – piano, John Williams – contrabaixo e Louis Belson – bateria.

Johnny Hodges fuma um cigarrinho em um intervalo de gravação.
Seguimos o programa com June Christy. Apesar de ser normalmente considerada a principal vocalista do movimento cool, Miss Christy foi uma cantora que também se destacou pelo swing, tanto no seu trabalho como crooner de orquestras como a de Stan Kenton, quanto em seus trabalhos solo. No programa de hoje você vai conhecer o lado balançado do trabalho da loirinha de Springfield – Illinois.

O álbum Big Band Specials colocou June Christy no centro da Cena Jazz de 1962

Escolhemos seu álbum June Christy Big Bands Special e apresentaremos as canções You Came a Long Way From St. Louis (John Benson Brooks & Bob Russell) e Is You Is Or Is You Ain't My Baby (Billy Austin & Louis Jordan). Depois do intervalo apresentaremos mais dois temas do mesmo álbum, desta vez dois clássicos A Night in Tunísia (Dizzy Gillespie & Jon Hendricks) e Prelude to a Kiss (Duke Ellington, Irving Mills & Irving Gordon). O álbum foi gravado em 1962 para o selo Blue Note e promoveu a volta de June Christy ao centro da cena jazz estadunidense. Os músicos que participaram das gravações foram Conte Candoli, Lee Katzman e Al Porcino – trompetes, Dick Nash, John Halliburton e Lew McCreary – trombones, Joe Maini e Bud Shank – saxes alto, Bob Cooper e Bill Perkins – sax tenor, Jack Nimitz – sax barítono, Jimmy Roles – piano, Joe Mondragon – contrabaixo e Mel Lewis – bateria.

Antes de encerrarmos a primeira parte do programa ainda haverá tempo para ouvirmos duas composições de George Gershwin com o trio formado por Oscar Peterson – piano, Herb Ellis – guitarra e Ray Brown – contrabaixo. Ouviremos Oh Bess, Oh Where's My Bess (Gershwin Bros.) e Summertime (Gershwin Bros, & Du Boise Heyward)

No ultimo bloco do programa apresentaremos o trabalho do trompetista Woody Shaw. Apontado por muita gente boa, Miles Davis inclusive, com o grande nome do instrumento nas décadas de 70 e 80, Mr. Shaw foi um dos mais talentosos e inovadores músicos do seu tempo. Numa época em que os músicos de jazz buscavam novos caminhos para o gênero, Woody Shaw conseguiu fazer um trabalho original, que respeitava a história do jazz e, simultaneamente, apontava para novas direções. Você pode conferir isto nas faixas The Draggon (Fred Henke) e Sippin´ At Bells (Miles Davis) que fazem parte álbum In My Own Sweet Way, lançado em 1987 pelo selo In & Out Records. Os músicos que acompanharam Woody Shaw foram Fred Henke – piano, Neil Swainson – contrabaixo e Alex Deutsch – bateria.

Woody Shaw. Vida tumultuada, música muito acima da média

É isto aí! Quarta-feira teremos a visita do professor Edwin Pitre para uma ótima conversa sobre o Latin Jazz!

sexta-feira, 22 de julho de 2011

22 de julho de 2011

Nesta sexta-feira mostraremos um pouco da Cena Jazz nacional. No programa de hoje você ouvirá nossos músicos trabalhando o jazz com uma pegada bem brasileira.

Começaremos com João Braga. O quase cinqüentenário pianista carioca desenvolveu sua carreira acompanhando grandes nomes da nossa música como Tim Maia, Fátima Guedes, Zé Ramalho, Verônica Sabino, Emílio Santiago, entre outros. Também foi membro dos hilários Miquinhos Amestrados. Paralelamente tem mantido um trabalho de música instrumental de alta qualidade que o levou a participar do Festival de Jazz de Montreux e a lançar três discos com acento jazzy. Apresentaremos no programa de hoje seu trabalho mais recente: o CD O tempo de tudo, lançado em 2010 pelo selo Multifoco.

Capa do CD O tempo de tudo do pianista João Braga
Ouviremos os temas Maçã (Djavan) e Moments Notice (John Coltrane), onde o piano de João Braga aparecerá acompanhado de Rômulo Duarte – contrabaixo, Vitor Bertrami – bateria, Áurea Regina – harmônica e Joça Perpignan – congas.

O baterista Magno Bissoli é o mentor do grupo Bissamblazz. Dos três CDs lançados pelo grupo apresentaremos no Cena Jazz o álbum Abracadabra, lançado em 1998. Segundo Magno, o trabalho “apresenta composições e arranjos em uma linguagem que expressa o movimento de convergência na diversidade da música brasileira associando seus elementos ao jazz, à polirritmia e à politonalidade”. Apesar do papo cabeça, o disco é alegria pura. Você ouvirá os temas Valsa Dragão e Chegando Lá, ambas de Magno. Na formação deste CD temos Daniel Alcântara, Mané dos Santos, Junior Galante, Cláudio Sampaio e Odésio Jericó - trompetes e flugelhorns; Hudson Nogueira, Maurício de Souza, Vitor Alcântara, Carlos Alberto Alcântara e Ubaldo Versolato – saxofone, flauta e clarinete; Walter Azevedo, “Bill”, Arlindo Bonadio e Roberto Silva – trombones; Marcos dos Anjos – tuba, Marcelo Maita – piano, Paulo Paulelli – contrabaixo, Magno Bissoli – bateria e Paulo “Paulada” Falanga – percussão.

Fale Bissamblazz Abracadabra e as portas da boa música se abrirão a você!
O 11 Cabeças é outro grupo sensacional que contribuirá para o balanço do Cena Jazz de hoje. Ouviremos os temas Funk Connotation e Mei Lá, Mei Cá, ambos composições do saxofonista Henrique Band. Os 11 Cabeças são: Marcelo Martins – sax alto e flautas, Levi Chaves – sax alto e clarinete, Henrique Band – sax tenor e barítono, Bidinho – trompete, Gilmar Ferreira – trombones, Bernardo Bosisio – guitarra, Delia Fischer – teclados, Bruno Migliari – contrabaixo e baixo elétrico, Cássio Cunha – bateria e César Brunet Garzoni – percussão. Música da pesada!

O quarto bloco do programa apresentará o CD Cool Bossa Strutin´ da pianista Paula Faour. O álbum, lançado originalmente em 2002 no Japão, chegou ao Brasil apenas dois anos depois com muitos elogios da crítica internacional. Críticas merecidas conforme você poderá conferir nas faixas Mr. Tom (Eumir Deodato) e Cool Strutin (Sonny Clark). Tocam no disco Paula Faour – piano; Gabriel Improta – guitarra; Jose Carlos Ramos – flautas e saxes; Manuel Gusmão - contrabaixo; Dom Um Romão – bateria.

Banda Mantiqueira!
E para encerrar muito bem o programa de hoje nada melhor que a Banda Mantiqueira. Do seu mais recente trabalho Terra Amantiquira, lançado em 2005 pelo selo Maritaca apresentaremos a faixa Feminina (Joyce). Fazem parte da Mantiqueira Nailor Azevedo, o Proveta – saxes alto e soprano, clarineta – Edson Alves – baixo elétrico, Guello – percussão, Walmir Gil – trompete e flugelhorn, François – trombone de válvula, Jarbas Barbosa – guitarra, Odésio Jericó – trompete e flugelhorn, Ubaldo Versolato, sax barítono e piccolo, Valmir Ferreira – trombone de vara, Lelo Izar – bateria, Fred Prince – percussão, Vinicius Dorin – sax tenor, Carlos Antonio Malaquias, sax tenor e flautas e Nahor Oliveira – trompete e flugelhorn.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

20 de julho de 2012

Nesta edição não teremos convidados, mas as presenças musicais compensam a ausência.

E será de Dexter Gordon o bloco abre alas do programa desta quarta-feira. Um dos nomes mais conhecidos do jazz, começou a freqüentar a Cena Jazz ainda durante a era do bebop. Foi considerado como o principal expoente do sax tenor no período. Durante as quatro décadas seguintes, Mr. Gordon nos brindou com uma sonoridade facilmente reconhecível, muitos discos importantes e por um bom humor sempre presente.

Hey man! Where are you now, give me a call!
Com ele ouviremos os temas Ernie´s Tune e Soul Sister, ambos de sua autoria. As faixas fazem parte do álbum Dexter Calling..., lançado pelo selo Blue Note em 1961.

No bloco vocal teremos a presença da cantora Rachelle Ferrel apresentando os temas You Don't Know What Love Is (G. De Paul & D. Raye) e You Send Me (I.C.Cooke), ambos presentes no CD First Instrument, Blue Note 1995. Acompanharam Miss Ferrel nas gravações Alex Foster – sax soprano, Eddie Green – piano, Tyrone Brown – contrabaixo e Doug Nally – bateria. Grande cantora!

Ted Rosenthal é um pianista com a pegada do jazz contemporâneo. Ganhou notoriedade ao ganhar a segunda edição do Thelonious Monk International Piano Competition em 1998; a partir do prêmio sua carreira deslanchou e atualmente ele tem uma discografia de respeito onde se destaca o álbum que apresentaremos no programa de hoje: Images of Monk. Gravado em 1993, o CD homenageia justamente o genial pianista de Rocky Mountain, Carolina do Norte. No álbum encontramos 10 composições de Mr. Monk e mais uma parceria (póstuma, é claro!) entre o mestre e o aprendiz. Escolhemos a deliciosa Ruby, my dear e o medley de Trinkle, Tinkle e Panonica. O sexteto que gravou tinha Ted Rosenthal – piano, Brian Lynch – trompete, Dick Oatts – saxofones, Mark Feldman – violino, Scott Colley – contrabaixo e Marvin “Smitty” Smith – bateria. O disco foi lançado pelo pequeno selo The Jazz Aliance.

Ted Rosenthal a imagem do monge
Vale lembrar que Ted Rosenthal trabalhou como sideman com grandes nomes como Gerry Mulligan, Art Farmer, Lee Konitz e Phil Woods.

E para encerrar o programa, apresentaremos a inusitada UMO Jazz Orchestra. Inusitada porque é uma big band finlandesa! Apesar da origem parecer incomum, vale lembrar que os europeus em geral gostam muito de jazz e os nórdicos adoram!. Além disso, o som da orquestra é realmente muito bom. O disco Transit People tem oito faixas, sendo que apenas duas não são composições de membros da banda; e serão justamente as duas exceções que apresentaremos na edição de hoje: Afro-Blue (Mongo Santamaría) e Naima (John Coltrane). O lançamento no ano 2000 foi feito pelo selo Naxos Jazz.

Fica a promessa de apresentar os temas dos UMO em uma próxima edição do Cena Jazz.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

18 de julho de 2011

O programa desta segunda-feira começa com Sonny Rollins. Um dos grandes do saxofone da década de 50, seu nome é o grande destaque da corrente pós bop. Algumas gerações de saxofonistas foram influenciadas pelo modo fluido de tocar, pelas inovações harmônicas, pela maneira relaxada de tocar as baladas. Vamos apresentar as faixas My one and only love (Guy Wood & Robert Mellin) do album The Standard Sonny Rollins e The night has a thousand eyes (Jerome Brainin & Buddy Bernier), lançada no LP What´s New?.

Puro estilo: Sonny Rollins!
A primeira faixa foi gravada em 1964 e contou com a participação de Mr. Rollins no sax tenor, Bob Cranshaw – contrabaixo, Mickey Roker – bateria e Herbie Hancock – piano. Em The night has a thousand eyes, que foi gravada em 1962, você ouvirá Collemans Hawkins – sax tenor, Bob Cranshaw – contrabaixo, Ben Riley – bateria, Jim Hall – guitarra e Paul Bley – piano. As edições originais foram lançadas pela RCA Victor.

O programa segue com o cantor favorito de Woody Allen e de muito jornalista brasileiro que entende de música, entre eles o Ruy Castro. Trata-se do nova-iorquino Bobby Short, cantor de cabaré que fez do Cafe Carlyle sua base artística por décadas. E justamente do CD que registra a comemoração dos seus trinta anos no café do hotel localizado na Rua 76 em Nova Iorque apresentaremos as canções Guess Who's In Town (Andy Razaf), Just One of Those Things (Cole Porter) e Moten Swing & You're Driving Me Crazy (Bernie & Ira Moten). Esta última é uma instrumental para você conferis a categoria da orquestra que acompanhava Mr. Short. O CD chama-se Bobby Short and his orchestra Celebrating 30 Years at the Cafe Carlyle e foi lançado em 1997 pelo selo Telarc.

Bobby Short e a cidade que ele cantou.
Depois do intervalo vem à Cena Jazz o trabalho do trombonista Curtis Fuller. O álbum BLUES-ette, lançado em 1959 pelo selo Savoy, é considerado um dos destaques da carreira de Mr. Fuller. Com uma tranqüila pegada de hard bop, a música é ao mesmo tempo intensa e tranqüila; até porque intensidade não quer dizer tensão. Este álbum também é importante porque da reunião de Curtis Fuller com Benny Golson seria lançada a semente para o Jazztet, um dos grupos mais importantes dos anos 60. Selecionamos para você os temas Love Your Spell Is Everywhere (Elsie Janis & Edmund Goulding) e Five Spot After Dark (Benny Golson). O grupo da sessão foi formado por Curtis Fuller – trombone, Benny Golson – sax tenor, Tommy Flanagan – piano, Jimmy Garrison – contrabaixo e Al Harewood – bateria.

O filme Último Tango em Paris é um dos clássicos da filmografia dos anos 70. Na época de seu lançamento causou polêmica pelas cenas de sexo (fortes para os padrões da época...). Passados já quase quarenta anos, o que restou foi um grande e triste filme sobre a solidão em que se destacam o desespero do personagem de Marlon Brando, a beleza rebelde de Maria Schneider, a fotografia perfeita e uma trilha sonora espetacular. A música composta pelo saxofonista argentino Gato Barbieri é impregnada das emoções que o filme apresenta. E olha que são muitas! Apresentaremos para você os temas Why Did She Choose You e Last Tango in Paris – Jazz Waltz.

Um último tango!
Se você nunca assistiu ao filme corra a uma locadora, porque quem já assistiu já está indo alugar a “fita”.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

13 de julho de 2011

Hoje teremos no Cena Jazz a visita do Doutor Fábio Mota - mestre da medicina, apaixonado por boa música e um grande fotográfo amador.

Fábio nos brindará com uma seleção legal de temas. Ouviremos um repertório que começa com a gravação que o introduziu - e a muita gente - ao jazz: Take Five com o quarteto de Dave Brubeck. Depois passaremos por uma versão para lá de excitante de Night in Tunisia com um quinteto formado por, nada mais, nada menos, Dizzy Gilespie - trompete, Max Roach - bateria, Bud Powell - piano, Charles Mingus - contrabaixo e Charlie Parker - sax alto.

Na seqüência o programa diminui um pouquinho de velocidade para ouvirmos uma versão de Love for Sale com o trompete de Chet Baker; versão instrumental, o que nos dá a oportunidade de apreciar com mais atenção o trompetista que, às vezes, é eclipsado pelo cantor.

Depois o recado será dado por duas cantoras que são normalmente associadas ao rythm´n´blues: Tina Turner e Nina Simone. As duas aqui apresentam versões jazzy para temas raramente associados ao jazz: a composição de Joni Mitchel Edith and the Kingpin com Miss Turner e Ne Me Quite Pass com La Simone. Bem bom!

Além dessa seleção muito bacana de temas, tenho certeza que a conversa sobre alguns aspectos terapêuticos da música, da arte e da cultura em geral será bem rica e estimulante.

Seguem fotos do Fabio registrando o programa de auditório do dia do jazz promovido pela e Paraná. Curta aí.


Saul Trompete tocando um flugelhorn

Glauco Solter, seu contrabaixo e seu chapéu

Paulinho Sabbag refletido no piano
Familia Sabbag: som a seis mãos

Maurílio Ribeiro em pleno vôo


Todas estas fotos são de Fábio Mota. Grande amigo, grande pessoa! Valeu a visita Fábio!

sábado, 2 de julho de 2011

11 de julho de 2011

Voltando à blogesfera. A partir de hoje volto a publicar posts sobre o conteúdo dos programas que apresento.

Começamos nessa segunda com o Dave Brubeck que, além de músico genial, era também um globetroter. Adorava viajar e tocar sua música pelos lugares que visitava. Dessas andanças gravou uma série de discos que, em comum, tinham o título que começava com Jazz Impressions of... No programa de hoje apresentaremos o disco com as impressões de uma excursão pelo Japão.

Bela ilustração já dá a impressão japonesa do álbum
O álbum Dave Brubeck Quartet Jazz Impressions of Japan foi gravado em 1964, logo após o quarteto ter desembarcado do vôo transpacífico. Destacaremos os temas Rising Sun e Fujiyama, ambas as composições de Mr. Brubeck.

Nessa época o quarteto era composto por Dave Brubeck – piano, Paul Desmond – sax alto, Eugene Wright – contrabaixo e Joe Morello - bateria. O lançamento original e o relançamento em CD foram feitos pelo selo Columbia.

Se você perdeu o programa, pode escutar a faixa Fujiyama com lindas ilustrações japonesas no Youtube http://www.youtube.com/watch?v=O1X8CvYAK-E


Em seguida tocaremos o álbum Look to the East com o Los Angeles Jazz Quartet. Lançado em 1997 pelo (infelizmente) finado selo Naxos Jazz o CD contém onze excelentes faixas de jazz com uma pegada bem contemporânea; difícil escolher... mas optamos pelas composições do baixista Darek Olesziewicz Reality e Getting Around.

Além de Mr. Olesziewicz participaram das gravações o guitarrista Larry Koonse, Chuck Manning no sax tenor e kevin Tullius na bateria.


Após o intervalo apresentaremos o álbum Escapade do flautista James Spaulding. Gravado em abril de 1999 e lançado em dezembro do mesmo ano, Escapade é uma mistura bem equilibrada de standards e composições de nomes como Dexter Gordon, Kenny Dorhan e Grant Green. Para o encontro Mr. Spaulding convidou o trompetista Don Sickler e uma cozinha da pesada: John Hicks - piano, Ray Drummond – contrabaixo e Kenny Washington – bateria. O álbum foi lançado pelo selo High Note e aproveite porque é bem raro.
Para o programa selecionamos os temas Cheese Cake (Dexter Gordon) e Grant´s Future (Grant Green). Na primeira, como seria de se esperar, Mr. Spaulding toca sax e no tema de Grant Green o destaque fica para a execução na flauta. Craque!

James Spaulding
E para encerrar o programa e dar um balanço na semana que inicia, no último bloco apresentaremos o CD Acid Samba do trombonista paulista Bocato. Lançado em 2001 o álbum é uma delícia na mistura que faz entre jazz e samba num groove pra lá de contemporâneo. Escolhemos os temas Acid Samba e Ilha Bela. A ótima banda contava com Bocato - trombone, Cláudio Faria - trompete, Marco Xabu - percussão, Marquinho Costa - bateria, Renato Bordon - baixo elétrico, Sérgio Boré - percussão, Tiago Costa- teclados.

É isto aí. Jazz do bom agora está na 97,1!