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terça-feira, 20 de julho de 2010

Um especial para Paulo Moura

Uma das grandes características da obra do saxofonista e clarinetista Paulo Moura foi capacidade de transcender fronteiras de qualquer tipo. Fossem as fronteiras entre países, entre classes sociais, entre ocorrências culturais, concepções artísticas, sua música superou-as com gentileza, generosidade, elegância e, em muitos momentos, genialidade. Trafegando pelos mais diversos gêneros, as interpretações de Paulo Moura sempre enriqueceram com seu toque pessoal as músicas que interpretava. Fosse tocando o repertório erudito ou da bossa nova, fosse solando um samba ou acompanhando um jazz, fosse animando uma gafieira em Tóquio ou um forró em Nova Iorque, fosse chorando com um regional na Lapa – em qualquer Lapa, afinal há tantas – Paulo Moura acrescentou, levou brilho e originalidade.


foto (Adriana Sydor)

Hoje no programa Nas Trilhas do Jazz apresentaremos um especial em tributo ao grande músico brasileiro que faleceu na semana passada. Mostraremos no programa algumas gravações, recolhidas ao longo de seus mais de 50 anos de carreira, que marcaram por sua capacidade de mesclar o jazz tradicional a elementos dos mais diversos gêneros musicais brasileiros. Confira então uma pequena parte da produção registrada em mais de 40 álbuns próprios e incontáveis participações em trabalhos de outros artistas.

E começaremos pela sua participação no disco Cannonball´s Bossa Nova do saxofonista norte-americano Julian Cannonball Aderley. Este álbum foi gravado em 1962, logo após o célebre concerto de Bossa Nova no Carnegie Hall em Nova Iorque. Os jazzistas norte-americanos ficaram alucinados com a “batida diferente” apresentada pelos músicos brasileiros e trataram de aprender e gravar a nova bossa latina. Então, em dezembro daquele ano, Cannonball reuniu-se com um sexteto liderado pelo pianista Sérgio Mendes e gravou as oito faixas desse álbum notável. Participaram da gravação Dom Um Romão na bateria, Octávio Bailly Jr. no contrabaixo, Durval Ferreira, violão e guitarra, Pedro Paulo no trompete, Cannonball Aderley no sax alto, Sérgio Mendes no piano e Paulo Moura também no sax alto. E daí o destaque que damos a este disco, visto que Cannonball era, na época, o maior nome do sax alto no cenário jazzístico. Independente disto, ele abriu espaço para o brasileiro participar, e solar, em cinco das oito faixas lançadas. Você vai poder conferir Batida Diferente e Sambop, ambas da dupla Durval Ferreira e Maurício Einhorn.




Na seqüência do programa apresentaremos a homenagem que Paulo Moura fez a um dos grandes saxofonistas brasileiros: Sebastião Barros, o K-Ximbinho. Trata-se do álbum K-Ximblues, gravado em 1999 para o selo Rob Digital. Disco bom mesmo, que conta com as participações de Maurício Einhorn na gaita, Nelson Faria no violão, Tony Botelho no contrabaixo e Paulo Moura na clarineta e sax alto. Tocaremos para você Just Walking e Velhos Companheiros, ambas de K-Ximbinho.

No momento do Clube do Jazz você vai ouvir Summertime (Gershwin Bros. e Du Bose Edward) e Yardbird Suite, composição de Charlie Parker.

Summertime faz parte do CD Rhapsody in Bossa: Paulo Moura visita Gershwin & Jobim – e o título do álbum dispensa explicações. Temos as participações de Jerzy Milewsky no violino, Jota Moraes no piano e vibrafone, Cliff Korman teclados, Nelson Faria – guitarra e violão, Rodolfo Stroeter – baixo acústico, e Pascoal Meirelles na bateria. Este CD foi lançado pelo selo Biscoito Fino.

Yardbird Suite você encontra no CD Quarteto, relançamento do LP de 1969 que contava com a presença de Wagner Tiso no piano, Luiz Carlos no contrabaixo, Pascoal Meirelles na bateria e Paulo Moura no sax alto. CD do selo BrazilMusica!

O programa segue com um dos álbuns instrumentais mais importantes da década de 60: o álbum Edison Machado é Samba Novo. Apesar do nome o disco liderado pelo grande baterista é jazz puro! Em um timaço de músicos que contou com as participações de Tião Neto – contrabaixo, Tenório Jr. – piano, Pedro Paulo – trompete, Raul de Souza – trombone de válvula, Maciel – trombone de vara, Edison Machado na bateria, Paulo Moura fez vários arranjos e foi solista nos temas que você vai ouvir no programa: Quintessência (J.T. Meirelles) e Coisa nº 1 (Moacir Santos).

E para encerrar o programa, voltaremos ao álbum Rhapsody in Bossa: Paulo Moura visita Gershwin & Jobim com as faixas: Embreceable You e The man I love, ambas de George Gershwin.


O programa Nas trilhas do jazz vai ao ar com apoio do FULL JAZZ HOTEL. É exibido toda terça e toda quinta a partir das 10 da noite na Lumen FM de Curitiba (99,5). Você também pode ouvir o programa pela internet no endereço http://www.lumenfm.com.br/

Caso você queira entrar em contato com produção do programa escreva para jazzlumen@bol.com.br

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