Pela Internet

Você pode ouvir o programa Cena Jazz pela Internet no endereço http://www.rtve.pr.gov.br/modules/programacao/radiofm_ao_vivo

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Programa de 28 de outubro de 2010

O programa abre com o CD Foreststorm do baterista Chico Hamilton. O álbum foi lançado em 2001 pelo selo Sun Records e conta com a participação de Erik Lawrence – sax alto, soprano e flauta, Paul Ramsey – contrabaixo, Cary DeNigris – guitarra e Ewan Schwan – sax tenor. Das 14 faixas que compõem o disco, selecionamos Foreststorm e That Boy With That Long Hair ambas de Chico Hamilton. Uma curiosidade deste álbum é a participação de Charlie Watts – baterista dos Rolling Stones – em duas faixas; em outra edição do programa mostraremos essas músicas.

Lena Horn manteve uma posição de destaque show business norte americano por mais de quatro décadas. Bela e elegante desafiou preconceitos atuando no rádio, TV, teatro, cinema e, além disso, gravando bons discos de jazz. Você vai poder conferir nas faixas Never on Sundays (Manos Hadjdakis e Billy Towne) e Hello Young Lovers (Richard Rodgers e Oscar Hammerstein II). As faixas fazem parte da coletânea The Best of Lena Horne lançada pela CURB Records.
 
Lena Horne - UAU!

Fechando a primeira parte do programa mostraremos o CD Katewalk do saxofonista Lew Del Gatto. Gravado em setembro de 1997 para o selo Naxos Jazz, o álbum mostra o trabalho dos músicos Joe Cohn – guitarra, Ron Feuer – piano e teclados, Chip Jackson – contrabaixo, Victor Lewis – bateria e ainda como participação muito especial o trombonista Steve Turre e o trompetista Randy Brecker. Apresentaremos as faixas Ain´t Too Hip (To Hip Hop) e And Friends ambas de Lew Del Gatto.

O trompetista Wallace Roney foi saudado por Miles Davis como uma das grandes promessas do instrumento no início dos anos 90. A previsão se confirmou e o músico da Filadélfia é atualmente um dos grandes nomes da cena jazz. Em 1994 ele gravou um álbum com forte influenciada da música brasileira; você vai poder conferir o resultado na interpretação da composição de Egberto Gismonti Memória e Fado. Também apresentaremos Muerte do argentino Astor Piazzolla. Dois gênios da música sul americana tocados por nomes como Gari Allen – piano, Clarence Seay – contrabaixo, Eric Allen – bateria, Valtinho Anastácio e Steve Barrios – percussão. O CD chama-se Mistérios e foi lançado pelo selo Warner.

Capa do álbum Blue Spirits - meu primeiro disco de jazz
E para encerrar o programa, tocaremos a faixa que dá título ao primeiro disco de jazz que comprei. Tratava-se do LP Blue Spirits do trompetista Freddie Hubbard que assina o tema. Dei sorte porque o álbum é MUITO BOM. Você vai poder conferir a interpretação de grandes músicos como Joe Henderson – sax alto, Kiani Zawadi – eufônio (uma espécie de tuba), Harold Mabern Jr. – piano, Larry Ridley – contrabaixo, Clifford Jarvis – bateria e Big Black (!) – conga. Preste atenção na belíssima participação de James Spaulding na flauta.

Grande apresentação de choro no final de semana

No próximo domingo, dia 31, acontecerá em Curitiba a apresentação do espetáculo Choro Carioca: Música Brasileira.
http://rceliamendonca.wordpress.com/2006/04/25/pixinguina-chorinho/
O projeto Choro Carioca: Música do Brasil comemora os 10 anos da Escola Portátil de Música, uma criação de Luciana Rabelo que hoje é forte referência em ensino de música no Brasil . O projeto que é uma realização do Instituto Casa do Choro, com patrocínio da Petrobrás, apresentará em 20 cidades de diferentes regiões do país shows de música instrumental brasileira com repertório da caixa de 9 CDs Choro Carioca-Música do Brasil. A caixa, lançada pela Acari Records, registrou um panorama do choro em todas as regiões do Brasil.

Em todas as cidades acontece, quatro horas antes do show, um concerto didático, gratuito, voltado aos músicos e estudantes de música com os mesmos músicos que farão os shows.

Na apresentação em Curitiba serão priorizados os compositores daqui do estado. Além das canções da região, o roteiro trás ainda choros contemporâneos como Guará (Bonfiglio de Oliveira), Garoto (E. Nazareth), O Turbante do Joel (Maurício Carrilho), Cinza (Jayme Vignoli, um dos músicos do show) e Acerte o Passo (Pixinguinha) e ainda duas canções de Meira, o homenageado desta edição, Arranca Toco e Molambo.


Serviço:
Show: Turnê Choro Carioca: Música do Brasil - Curitiba
Local: Canal da Música (Rua Júlio Perneta, 695 – 3335-6062)
Data: 31 de outubro, domingo
Horário: 20h

ENTRADA FRANCA!

* concerto didático gratuito voltado a músicos e estudantes de música às 16hs no mesmo local.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Programa de 26 de outubro de 2010

Edward Kennedy Ellington é uma unanimidade entre os apreciadores da boa música. Pianista, compositor, arranjador, maestro e grande praça, faz parte do top five de qualquer enquete sobre o jazz. Mas, mesmo sendo conhecido como exímio pianista, o grande instrumento que o Duque “tocou” durante toda a vida foi sua orquestra. Por décadas a Duke Ellington Orchestra foi referência em termos de qualidade sonora e, vale dizer, grande parte desta qualidade provinha das grandes músicos que a compunham. Inúmeros nomes merecem destaque, mas no programa dessa terça-feira o destaque irá para saxofonista Johnny Hodges.


Foto histórica reunindo Charlie Parker, Johnny Hodges e Benny Carter

Exímio tanto com sax alto como com o soprano Mr. Hodges foi um dos principais solistas da DEO, com exceção do período (51 a 55) quando montou sua própria orquestra. Além dos incontáveis registros tocando com a DEO, Johnny Hodges gravou vários discos como líder, mas apresentaremos uma gravação liderada pelos dois personagens deste parágrafo: o álbum Back to Back. Gravado em 1959 para o selo Verve, o álbum apresenta sete temas com uma levada bem bluesy. Escolhemos para você os temas que falam sobre duas ruas ligadas ao blues: Basin Street Blues (Spencer Willians) em Nova Orleans e Beale Street Blues (W.C. Handy) em Menphis, Mississipi. Escutaremos o Duke Ellington – piano, Johnny Hodges – sax alto, Harry “Sweets” Edison – trompete, Les Spann – guitarra, Sam Jones – contrabaixo e Jo Jones – bateria.

Capa a partitura original de Beale Street Blues de W.C. Handy

Dona de uma voz com timbre inconfundível, Dinah Washington fez seu nome como crooner em orquestras com destaque para a big band de Lionel Hampton. Em 1945, após deixar a orquestra do grande xilofonista, Mrs. Washington participou de uma sessão para o selo Apolo onde gravou 12 faixas acompanhada de nomes como Lucky Thompson – sax tenor, Karl George – trompete, Jewel Grant – sax alto, Gene Porter – clarineta e sax barítono, Milt Jackson – vibrafone, Wilbert Baraco – piano, Charles Mingus – contrabaixo e Lee Young – bateria. Com um timaço destes só podia dar certo, conforme você vai conferir nas faixas Mellow Mama Blues (Robison), All or Nothing Blues (Elkie Brooks) e Beggins Mama Blues (não consegui descobrir o autor). O álbum chama-se Mellow Mama e foi lançado originalmente pelo selo Apolo e relançado pelo selo Delmark.

Começaremos o programa com o registro em disco da parceria de Duke Ellington e Johnny Hodges e iniciaremos a segunda parte do programa com outra gravação histórica que registra o encontro de dois monstros do saxofone. Apresentaremos o álbum Cannonball & Coltrane, gravado em 1959 para o selo EmArcy. O final da década de 50 registra o declínio do ciclo de influência do be bop sobre os músicos de jazz e com isso a figura de Charlie Parker deixava de representar uma sombra gigantesca sobre os saxofonistas da época. Alguns nomes se destacavam no novo cenário e, sem dúvida, dentre eles estavam o altista Julian Cannonball Aderley e o tenorista John Coltrane. Já saudados como ases no domínio de seus instrumentos e reconhecidos mundialmente pelas gravações nos grupos de Miles Davis (você já ouviu falar de um disco chamado Kind of Blue?), os dois caminhavam para desenvolver de forma plena linguagens musicais próprias. A meio caminho disto gravaram o álbum que apresentaremos no programa de hoje. Você ouvirá John Coltrane – sax tenor e Cannonball Aderley – sax alto acompanhados por Wynton Kelly – piano, Paul Chambers – contrabaixo e Jimmy Cobb – bateria nas faixas Stars Fell on Alabama (Parish & Perkins) e You´re a Weaver of Dreams (Young & Eliot).

O bala de canhão e o trem - capa do álbum Cannonbal & Coltrane

A cidade de Marciac, localizada no sudoeste da França – quase divisa com a Espanha, possui um tradicional festival de jazz que – pasme – tem quatro edições por ano, uma para cada estação. O trompetista Wynton Marsalis, resolveu homenagear a cidade e compôs a The Marciac Suite, uma obra com 13 movimentos e marcou a estréia para a edição de verão do festival em 1998. Música boa, músicos ótimos, clima perfeito e... opa! ... na hora da estréia, ao ar livre, caiu o maior temporal e a apresentação teve que ser adiada para o dia seguinte e, aí sim!, deu tudo certo. Para encerrar o programa dessa terça-feira apresentaremos as peças In the House of Laberiere e Mademoiselle O´Gascony que fazem parte do álbum gravado em Nova Iorque em fevereiro de 1999 para o selo Columbia Jazz. Participaram da gravação Wynton Marsalis – trompete, Wycliffe Gordon – trombone, Wessell Anderson – sax alto, Vitor Gaynes – sax tenor e clarinete, Farid Barron – piano, Rodney Whitaker – contrabaixo e Herlin Riley – bateria.

Escute o programa Nas Trilhas do Jazz pela internet no endereço http://www.jazzlumen.com.br/

sábado, 23 de outubro de 2010

Talento, criatividade, improviso

Pelé é como o Jazz


Como disse Louis Armstrong a respeito do jazz: "se precisa explicar, então não adianta..."
Vida longa ao rei!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Programa de 21 de outubro de 2010

Noutro dia o Anderson, um amigo seguidor da coluna, postou um comentário perguntando quais os critérios que eu sigo para escolher as músicas que irão tocar no programa. Respondi que vai muito do que estou escutando no momento; e é verdade. Praticamente toda a música que você escuta n´As Trilhas do Jazz faz parte do meu acervo pessoal; muito raramente uso material da rádio ou de um amigo ou ouvinte. Então para escolher os músicos, os álbuns e os temas que apresentamos em cada edição do programa vai muito que estou escutando em casa, no carro, ou em algum site da Internet. Claro que, além disso, levo em conta qualidade e também, pela proposta da rádio, diversidade.

Escrevi o parágrafo acima para dizer que um dos álbuns que mais tenho ouvido nos últimos tempos é o CD The Blue and the Abstract Truth. Nome impressionante para, talvez, o melhor disco como líder do saxofonista Oliver Nelson. Compositor inspirado, arranjador competente e disputado, um executante privilegiado do sax alto, Mr. Nelson tem uma passagem marcante pela cena do Jazz dos anos 50 até sua morte, aos 43 anos, em 1975. Considerado uma de suas obras prima, o álbum segue as trilhas do jazz clássico e, ao mesmo, tempo apontava direções para o que seriam as novas tendências do gênero nos anos seguintes. Como afirma o texto na contracapa do CD "Nelson buscou criar música que fosse significativa e, ao mesmo tempo, retivesse os elementos do mais importante veículo de expressão musical: o blues". E esta proposta já é afirmada no título do álbum. O disco foi lançado pelo selo Impulse com seis faixas e vamos tocar no programa Stolen Moments e Yearnin´ ambas composições de Oliver Nelson. Participaram das gravações o jovem Freddie Hubbard - trompete, o misterioso Eric Dolphy - sax alto e flauta, o obscuro George Barrow - sax barítono, além da cozinha genial composta por Bill Evans - piano, Paul Chambers - contrabaixo e Roy Haynes - bateria. Disco muito BOM; se você quiser dar um upgrade na sua discoteca, compre este CD.


Conheço três capas diferentes deste álbum. Esta é a mais bonita.

Sobre o álbum tem um texto muito bacana no blog Borboletas de Jade http://borboletasdejade.blogspot.com/2008/09/1961-blues-and-abstract-truth-oliver.html

O programa segue com outro músico muito bom que é praticamente desconhecido do grande público: o pianista Horace Parlan. Habituado a tocar no Harlen e gravar para a Blue Note em um trio composto ainda por George Tucker - contrabaixo e Al Harewood - bateria, para a sessão de gravação do álbum Up & Down, Mr. Parlan convidou ainda os craques Booker Ervin - sax tenor e Grant Green - guitarra. O resultado é muito bom, conforme você pode conferir na faixa The Book´s Beat (Booker Ervin). O álbum foi gravado em 1961 e relançado em CD em 2008.

Reiniciaremos o programa após o intervalo com a alegria e competência de Michael Bublé. O canadense de 35 anos é, atualmente, um dos nomes mais populares da música de qualidade internacional. Navegando entre as águas do jazz e do pop, Signori Bublé canta jazz realmente sabendo o que faz. A influência de Frank Sinatra é clara e assumida com tranqüilidade; o que não reduz a qualidade do trabalho. Você vai pode conferir tudo isto nos clássicos I´ve Got You Under My Skin (Cole Porter) e A Foggy Day in London Town (Gershwin Bros.). As faixas fazem parte do álbum It´s time, lançado em 2005 pela Reprise Records que, para quem não sabe, foi uma gravadora fundada por Mr. Sinatra. Acompanham Michael Bublé Randy Newman - piano, Brian Bromberg - contrabaixo, Frankie Capp - bateria, John Chiodini - guitarra e uma orquestra dirigida por Sammy Nestico a partir de arranjos originais de Nelson Riddle.

A seguir teremos o pianista Andrew Hill. Do seu álbum Pax, gravado em 1965 para o selo Blue Note destacaremos as faixas Roots and Herbs e Erato, ambas criações de Mr. Hill. O piano denso do líder conduz um grupo formado por Joe Henderson - sax tenor, Freddie Hubbard - corneta, Richard Davis - contrabaixo e Joe Chambers - bateria.


Capa do Cd Pax
Para encerrar o programa apresentaremos o trabalho do filho do gênio da música Thelonious Monk. Hoje com 60 anos T.S. Monk é um daqueles raros casos em que o junior não fica devendo nada ao talento e nome do pai. Você poderá ouvir uma amostra do seu trabalho nas faixas Boo Boo´s Birthday e Jackie-ing. O disco chama-se Monk on Monk e todas as faixas foram compostas por Thelonious Monk. O álbum conta com a participação de um montão de músicos de primeiro time: em Boo Boo´s você ouvirá Bobby Porcelli - sax alto, Willie Willians - sax tenor, Roger Rosemberg - sax barítono, Don Sickler - trompete, David Amham - trompa, Eddie Bert - trombone, Howard Johnson - tuba e Dave Holland - contrabaixo. Na segunda faixa temos o mesmo time com os acréscimos de Wallace Roney - trompete e Ronnie Mathews - piano. Belíssimo disco!

Papai Monk aprovaria o trabalho em jazz do júnior...

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Programa de 19 de outubro de 2010

Miles Davis, John Coltrane, Dave Brubeck, Chet Baker, Charlie Parker, Bill Evans… a maioria dos nomes conhecidos do mundo do jazz ou sopra ou tecla seu instrumento. Mas como no mundo real, o mundo do jazz tem seus “soldados desconhecidos”. O que seria das grandes estrelas sem uma sessão rítmica competente? O que seria do jazz sem bateristas como Tony Willians, Elvin Jones ou Art Blakey? O que seria do jazz sem contrabaixistas como Ron Carter, Ray Brown ou Charles Mingus? E como seria a história do jazz sem uma cozinha formada por Philly Joe Jones e Paul Chambers? Não teríamos, por exemplo, discos como Round About Midnight e Cookin` entre tantos outros ...

Paul Chambers
O programa de hoje apresenta o trabalho como líder do contrabaixista Paul Chambers. Tocaremos o álbum Quintet,gravado em maio de 1957 para o selo Blue Note. Contando com a participação de Donald Byrd – trompete, Clifford Jordan – sax tenor, Tommy Flanagan – piano e Elvin Jones – bateria Paul Chambers gravou seis temas, dois deles de sua autoria: Beauteous e The Hand of Love. E serão estas duas faixas que apresentaremos.

O casal Patti Cathcart e Tuck Andress forma uma das duplas mais interessantes da cena jazz dos últimos vinte anos. A combinação da voz forte de Patti com a guitarra esperta de Tuck rendeu uma série de discos muito agradáveis de ouvir. Destacaremos no programa o álbum Paradise Found, gravado em 1998, e que comemorou vinte anos de carreira da dupla Tuck& Patti. Você ouvirá os temas Lembranças e Forgiveness, ambas de autoria da cantora. Na faixa Lembranças teremos a participação de David Frazier – percussão e Mark Miller – sax tenor. O CD foi lançado pelo selo Windham Hill.

Após o intervalo, ouviremos o CD Sambolero com o João Donato Trio. Lançado neste ano pelo selo Dubas, o disco registra o trabalho do genial pianista acreano com Robertinho Silva – bateria e Luis Alves – contrabaixo. Destacaremos as faixas Bananeira e Quem diz que sabe ambas de João Donato. Vale lembrar que Sidinho participa na percussão.

Capa do CD Sambolero
A sequência do programa fica por conta do trabalho feito pela cantora Dee Dee Bridgewater acompanhada da The Hollywood Bowl Orchestra sobre a obras de Duke Ellington. O CD chama-se Prelude to a Kiss – the Duke Ellington Álbum e conta ainda com a participação de Cyrus Chesnut – piano, Steve Turre – trombone, Charles McPherson – sax alto, Ira Colleman – contrabaixo e Jeff Hamilton – bateria. Do disco, lançado em 1996 pelo selo Phillips, tocaremos os temas Blip Blip e I´m Beggining to See the Light. Nesta teremos a participação sempre especial de Wynton Marsalis no trompete.

E para encerrar destacaremos o álbum New Star on the Horizon do trompetista Clifford Brown. O disco foi gravado em Nova Iorque em agosto de 1953 e reuniu um timaço composto por Gigi Gryce – sax alto, Charlie Rouse – sax tenor, John Lewis – piano, Art Blakey – bateria e Percy Heath – contrabaixo. Tocaremos Hymn of the Orient (Gigi Gryce) e Minor Mood (C. Brown).


Jazz assim, só tem na Lumen!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Programa de 14 de outubro de 2010

Abrimos o programa com o registro do encontro entre dois grandes do jazz que fizeram parte de duas gerações diferentes do jazz: o xilofonista Lionel Hampton e o saxofonista Stan Getz. Lionel Hampton apareceu na cena jazz no início dos anos 30 e criou reputação no ambiente das big bands. Continuou trabalhando e produzindo jazz de qualidade até o final da vida em 1992, sempre open mind, mas sem nunca ter feito grandes concessões comerciais ou a modas de época. Stan Getz, um dos maiores tenores da história da música popular do século XX, apareceu para o mundo do jazz tocando ainda adolescente em bandas do calibre das de Stan Kenton e Jimmy Dorsey. Mais tarde envolveu-se na criação do cool jazz, esteve entre os músicos que mais fortemente se envolveram com a Bossa Nova e fez até incursões ao jazz elétrico dos anos 70. Morreu um pouquinho antes de Hamp, na metade de 1991.


Capa do CD Hamp and Getz
 A apresentação do álbum Hamp & Getz afirma que o disco, como muitas coisas na vida, foi resultado de um acaso da vida. Músicos que tinham um diferente approach em relação ao jazz, a probabilidade de tocarem juntos era pequena. Mas as filmagens da história de Benny Goodman para o cinema acabaram por reuni-los no mesmo set. E a reunião de estilos de tocar tão diferentes acabou por estimulá-los a produzir um álbum em dupla, que marcaria história pela qualidade. Como resultado, em 1º de agosto de 1955 Lionel Hampton – vibrafone, Stan Getz – sax tenor, Shelley Manne – bateria, Lou Levy – piano, e Leroy Vinegar – contrabaixo gravaram cinco temas que foram lançados no álbum Hamp & Getz. Para o programa escolhemos as faixas que levam nomes de mulher: a deliciosa Louise (Leo Robin & Richard Whiting) e Gladys (L. Hampton).

O segundo bloco do programa foi latino. Tocamos o CD Up from the roots do percussionista cubano Mongo Santamaria. O álbum, gravado em fevereiro de 1972, marcou a estréia de Mongo no selo Atlantic. O disco é um ótimo exemplar do chamado latin jazz e, como é característico desse gênero, contou com a participação de um grande número de músicos. Você ouviu Carter Jeferson – saxes tenor e soprano, Bill Saxon – saxes alto e barítono, Ray Maldonado, Lew Soloff, e John Faddis – trompetes, Felix Watkins – flautas, Eddy Martinez – teclados, Eddie Gua Gua River – contrabaixo e Steve Barrios – bateria e Mongo Santamaria – congas. Das 11 faixas do disco escolhemos Forked Tongue (Marty Shelfer) e Little Angel (Eddy Martinez).

Depois do intervalo abrimos espaço para um músico não muito conhecido: o saxofonista Al Cohn. Um excelente tenorista e reconhecido arranjador e compositor, foi um músico muito apreciado pelos seus pares. Para o grande público sua carreira acabou um pouco ofuscada por outros dois saxofonistas brancos que faziam sucesso nos anos 50: o já citado Stan Getz e Zoot Sims. Acabou trabalhando muito em estúdios, mas, claro, também atuou em apresentações ao vivo e gravou seus próprios álbuns. Destacamos no programa o disco Mr. Music – Al Cohn and his Orchestra, lançado em 1955. As faixas que apresentamos foram Something for Lisa (A. Cohn) e a balada Never, Never Land (Betty Comden, Adolph Green & Jules Styne). Tocaram nas sessões de gravação nas vésperas do natal de 1954 Joe Newman – trompete, Billy Byers – trombone, Gene Quill – sax alto, Al Cohn – sax tenor, Sol Schilinger – sax barítono, Sanford Gold – piano, Buddy Jones – contrabaixo e Osie Johnson – bateria. Em Never Never Land tivemos ainda a participação de Billy Bauer – guitarra e Frank Rehak – trombone.

Al Cohn
O bloco cantado do programa apresentou a coletânea Carmen McRae Sings Great American Songwriters. O álbum lançado pelo selo GRP reúne uma série de clássicos da canção norte-americana da primeira metade do século XX nas gravações feitas por Carmen McRae para o selo Deca Jazz durante a década de 50. Tanto pela beleza das músicas como pela qualidade das interpretações foi difícil selecionar algumas delas para apresentar no programa. Acabei por escolher Blue Moon (Richard Rodgers & Lorenz Hart), I was doing all right (Gershwin Bros.) e How long has this been going on (Gershwin Bros.). Nas duas primeiras tivemos a apresentação de uma orquestra dirigida por Tadd Dameron e em How long has… a orquestra foi conduzida por Frank Hunter. Belo disco...

Para encerrar o programa apresentamos o álbum Bons Amigos do pianista carioca Luiz Avellar. O álbum, gravado em 1995 para o selo Lumiar do saudoso Almir Chediak, contou com a participação de grandes músicos como o bruxo Hermeto Pascoal, Robertinho Silva, Artur Maia, entre outros. Escolhemos para tocar para você justamente a faixa Bebê (Hermeto Pascoal) que reuniu o time citado acima.

Luiz Avellar

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Pau Brasil!

O público curitibano teve a oportunidade de assistir no final de semana que passou ao grupo Pau Brasil. O show, que contou com a participação do cantor paulista Renato Braz, aconteceu no lotado Teatro da Caixa. Dado o tamanho do teatro, o espetáculo foi assistido por poucos. Pena, pois as apresentações foram espetaculares! Eu, afortunadamente, consegui ingressos para a sessão do sábado e fui gentilmente convidado pelo Teco e pelo Rodolfo para assistir à apresentação do domingo. Só posso dizer que foi um privilégio. Os caras tocam com muita competência técnica, muito conhecimento e respeito pela cultura brasileira e, melhor de tudo, com muito amor. Amor à música e ao público.

Teco Cardoso e Rodolfo Stroeter em foto de Adriana Sydor
O Pau Brasil é composto pelos brilhantes Nelson Aires – piano, Teco Cardoso – saxes e flautas, Rodolfo Stroeter – contrabaixo, Ricardo Moska – bateria e Paulo Bellinati – violão.

Programa de 05 de outubro de 2010

Começamos o programa dessa terça-feira apresentando o álbum Free to Be do saxofonista Donald Harrison. O CD foi lançado em 1999 pelo selo Impulse e tem como destaque a participação de dois grandes pianistas Mulgrew Miller e Andrew Adair. As faixas que escolhemos foram Mr. Cool Breeze (D. Harrison) e Blue Rose (Duke Ellington). Na primeira participaram da gravação Rodney Jones – guitarra, Andrew Adair – piano, Reuben Rogers – contrabaixo, John Lamkim – bateria e José Claussel – percussão. Em Blue Rose tivemos Mulgrew Miller – piano, Christian McBride – contrabaixo, Carl Allen – bateria. Em ambas as faixas Donald Harrison tocou sax alto.

Em seguida tocamos o mais recente trabalho do saxofonista Branford Marsalis chamado Metamorphosen, lançado em 2009 pelo selo Marsalis Music. A formação que participou da gravação do disco Joey Calderazzo – piano, Eric Revis – contrabaixo, Jeff “Tain” Watts – bateria com Branford respondendo pelos saxes já trabalha junto há mais de 10 anos e o disco é uma espécie de comemoração à longevidade do grupo. Tocamos as faixas The Blossom of Parting (Joey Calderazzo) e Jabberwocky (B. Marsalis).

Após o intervalo demos destaque ao álbum Equilibrium do guitarrista brasileiro João Castilho. A música do disco, de produção independente, tem uma pegada instrumental que mistura jazz com elementos da música brasileira e soa bastante contemporânea. Tocamos os temas Zix e Equilibrium ambas compostas pelo João. Em Zix participaram da gravação Alexander Leley – guitarra, Hamleto Stamato – teclados, Marcelo Mariano – contrabaixo, Firmino - percussão e João Viana – bateria. Em Equilibrium participaram Jessé Sadoc – trompete, Marco Brito e Glauton Campello – teclados, Ciro Cruz – contrabaixo, Paulo Massa – bateria e Marcos Amma – percussão.

Miles Davis em uma das sensacionais fotos que estão na capa do álbum Tutu
Nos anos 80 pessoas e instituições do mundo engajaram-se numa campanha de condenação ao regime do apartheid. Miles Davis que nunca deixou de participar das causas que considerava justa, ainda mais caso tratassem de questões de discriminação aos povos negros, lançou em 1986 um disco em que homenageava um dos líderes da resistência ao odioso regime, o reverendo Desmond Tutu. O álbum Tutu apresentava uma sequência musical ao disco anterior You´re under arrest com instrumentação elétrica e muito suingue. Destacamos para você ouvir no programa as faixas Backyard Ritual e Full Nelson, ambas composições de Miles. Uma característica interessante do álbum é que o contrabaixista toca praticamente todos nos instrumentos e sintetizadores. Temos em Backyard Ritual as participações do percussionista brasileiro Paulinho da Costa e o trompete de George Duke. O disco foi lançado pelo selo Warner.