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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Programa de 14 de outubro de 2010

Abrimos o programa com o registro do encontro entre dois grandes do jazz que fizeram parte de duas gerações diferentes do jazz: o xilofonista Lionel Hampton e o saxofonista Stan Getz. Lionel Hampton apareceu na cena jazz no início dos anos 30 e criou reputação no ambiente das big bands. Continuou trabalhando e produzindo jazz de qualidade até o final da vida em 1992, sempre open mind, mas sem nunca ter feito grandes concessões comerciais ou a modas de época. Stan Getz, um dos maiores tenores da história da música popular do século XX, apareceu para o mundo do jazz tocando ainda adolescente em bandas do calibre das de Stan Kenton e Jimmy Dorsey. Mais tarde envolveu-se na criação do cool jazz, esteve entre os músicos que mais fortemente se envolveram com a Bossa Nova e fez até incursões ao jazz elétrico dos anos 70. Morreu um pouquinho antes de Hamp, na metade de 1991.


Capa do CD Hamp and Getz
 A apresentação do álbum Hamp & Getz afirma que o disco, como muitas coisas na vida, foi resultado de um acaso da vida. Músicos que tinham um diferente approach em relação ao jazz, a probabilidade de tocarem juntos era pequena. Mas as filmagens da história de Benny Goodman para o cinema acabaram por reuni-los no mesmo set. E a reunião de estilos de tocar tão diferentes acabou por estimulá-los a produzir um álbum em dupla, que marcaria história pela qualidade. Como resultado, em 1º de agosto de 1955 Lionel Hampton – vibrafone, Stan Getz – sax tenor, Shelley Manne – bateria, Lou Levy – piano, e Leroy Vinegar – contrabaixo gravaram cinco temas que foram lançados no álbum Hamp & Getz. Para o programa escolhemos as faixas que levam nomes de mulher: a deliciosa Louise (Leo Robin & Richard Whiting) e Gladys (L. Hampton).

O segundo bloco do programa foi latino. Tocamos o CD Up from the roots do percussionista cubano Mongo Santamaria. O álbum, gravado em fevereiro de 1972, marcou a estréia de Mongo no selo Atlantic. O disco é um ótimo exemplar do chamado latin jazz e, como é característico desse gênero, contou com a participação de um grande número de músicos. Você ouviu Carter Jeferson – saxes tenor e soprano, Bill Saxon – saxes alto e barítono, Ray Maldonado, Lew Soloff, e John Faddis – trompetes, Felix Watkins – flautas, Eddy Martinez – teclados, Eddie Gua Gua River – contrabaixo e Steve Barrios – bateria e Mongo Santamaria – congas. Das 11 faixas do disco escolhemos Forked Tongue (Marty Shelfer) e Little Angel (Eddy Martinez).

Depois do intervalo abrimos espaço para um músico não muito conhecido: o saxofonista Al Cohn. Um excelente tenorista e reconhecido arranjador e compositor, foi um músico muito apreciado pelos seus pares. Para o grande público sua carreira acabou um pouco ofuscada por outros dois saxofonistas brancos que faziam sucesso nos anos 50: o já citado Stan Getz e Zoot Sims. Acabou trabalhando muito em estúdios, mas, claro, também atuou em apresentações ao vivo e gravou seus próprios álbuns. Destacamos no programa o disco Mr. Music – Al Cohn and his Orchestra, lançado em 1955. As faixas que apresentamos foram Something for Lisa (A. Cohn) e a balada Never, Never Land (Betty Comden, Adolph Green & Jules Styne). Tocaram nas sessões de gravação nas vésperas do natal de 1954 Joe Newman – trompete, Billy Byers – trombone, Gene Quill – sax alto, Al Cohn – sax tenor, Sol Schilinger – sax barítono, Sanford Gold – piano, Buddy Jones – contrabaixo e Osie Johnson – bateria. Em Never Never Land tivemos ainda a participação de Billy Bauer – guitarra e Frank Rehak – trombone.

Al Cohn
O bloco cantado do programa apresentou a coletânea Carmen McRae Sings Great American Songwriters. O álbum lançado pelo selo GRP reúne uma série de clássicos da canção norte-americana da primeira metade do século XX nas gravações feitas por Carmen McRae para o selo Deca Jazz durante a década de 50. Tanto pela beleza das músicas como pela qualidade das interpretações foi difícil selecionar algumas delas para apresentar no programa. Acabei por escolher Blue Moon (Richard Rodgers & Lorenz Hart), I was doing all right (Gershwin Bros.) e How long has this been going on (Gershwin Bros.). Nas duas primeiras tivemos a apresentação de uma orquestra dirigida por Tadd Dameron e em How long has… a orquestra foi conduzida por Frank Hunter. Belo disco...

Para encerrar o programa apresentamos o álbum Bons Amigos do pianista carioca Luiz Avellar. O álbum, gravado em 1995 para o selo Lumiar do saudoso Almir Chediak, contou com a participação de grandes músicos como o bruxo Hermeto Pascoal, Robertinho Silva, Artur Maia, entre outros. Escolhemos para tocar para você justamente a faixa Bebê (Hermeto Pascoal) que reuniu o time citado acima.

Luiz Avellar

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