Escrevi o parágrafo acima para dizer que um dos álbuns que mais tenho ouvido nos últimos tempos é o CD The Blue and the Abstract Truth. Nome impressionante para, talvez, o melhor disco como líder do saxofonista Oliver Nelson. Compositor inspirado, arranjador competente e disputado, um executante privilegiado do sax alto, Mr. Nelson tem uma passagem marcante pela cena do Jazz dos anos 50 até sua morte, aos 43 anos, em 1975. Considerado uma de suas obras prima, o álbum segue as trilhas do jazz clássico e, ao mesmo, tempo apontava direções para o que seriam as novas tendências do gênero nos anos seguintes. Como afirma o texto na contracapa do CD "Nelson buscou criar música que fosse significativa e, ao mesmo tempo, retivesse os elementos do mais importante veículo de expressão musical: o blues". E esta proposta já é afirmada no título do álbum. O disco foi lançado pelo selo Impulse com seis faixas e vamos tocar no programa Stolen Moments e Yearnin´ ambas composições de Oliver Nelson. Participaram das gravações o jovem Freddie Hubbard - trompete, o misterioso Eric Dolphy - sax alto e flauta, o obscuro George Barrow - sax barítono, além da cozinha genial composta por Bill Evans - piano, Paul Chambers - contrabaixo e Roy Haynes - bateria. Disco muito BOM; se você quiser dar um upgrade na sua discoteca, compre este CD.
Conheço três capas diferentes deste álbum. Esta é a mais bonita. |
Sobre o álbum tem um texto muito bacana no blog Borboletas de Jade http://borboletasdejade.blogspot.com/2008/09/1961-blues-and-abstract-truth-oliver.html
O programa segue com outro músico muito bom que é praticamente desconhecido do grande público: o pianista Horace Parlan. Habituado a tocar no Harlen e gravar para a Blue Note em um trio composto ainda por George Tucker - contrabaixo e Al Harewood - bateria, para a sessão de gravação do álbum Up & Down, Mr. Parlan convidou ainda os craques Booker Ervin - sax tenor e Grant Green - guitarra. O resultado é muito bom, conforme você pode conferir na faixa The Book´s Beat (Booker Ervin). O álbum foi gravado em 1961 e relançado em CD em 2008.
Reiniciaremos o programa após o intervalo com a alegria e competência de Michael Bublé. O canadense de 35 anos é, atualmente, um dos nomes mais populares da música de qualidade internacional. Navegando entre as águas do jazz e do pop, Signori Bublé canta jazz realmente sabendo o que faz. A influência de Frank Sinatra é clara e assumida com tranqüilidade; o que não reduz a qualidade do trabalho. Você vai pode conferir tudo isto nos clássicos I´ve Got You Under My Skin (Cole Porter) e A Foggy Day in London Town (Gershwin Bros.). As faixas fazem parte do álbum It´s time, lançado em 2005 pela Reprise Records que, para quem não sabe, foi uma gravadora fundada por Mr. Sinatra. Acompanham Michael Bublé Randy Newman - piano, Brian Bromberg - contrabaixo, Frankie Capp - bateria, John Chiodini - guitarra e uma orquestra dirigida por Sammy Nestico a partir de arranjos originais de Nelson Riddle.
A seguir teremos o pianista Andrew Hill. Do seu álbum Pax, gravado em 1965 para o selo Blue Note destacaremos as faixas Roots and Herbs e Erato, ambas criações de Mr. Hill. O piano denso do líder conduz um grupo formado por Joe Henderson - sax tenor, Freddie Hubbard - corneta, Richard Davis - contrabaixo e Joe Chambers - bateria.
Capa do Cd Pax |
Papai Monk aprovaria o trabalho em jazz do júnior... |
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