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terça-feira, 26 de outubro de 2010

Programa de 26 de outubro de 2010

Edward Kennedy Ellington é uma unanimidade entre os apreciadores da boa música. Pianista, compositor, arranjador, maestro e grande praça, faz parte do top five de qualquer enquete sobre o jazz. Mas, mesmo sendo conhecido como exímio pianista, o grande instrumento que o Duque “tocou” durante toda a vida foi sua orquestra. Por décadas a Duke Ellington Orchestra foi referência em termos de qualidade sonora e, vale dizer, grande parte desta qualidade provinha das grandes músicos que a compunham. Inúmeros nomes merecem destaque, mas no programa dessa terça-feira o destaque irá para saxofonista Johnny Hodges.


Foto histórica reunindo Charlie Parker, Johnny Hodges e Benny Carter

Exímio tanto com sax alto como com o soprano Mr. Hodges foi um dos principais solistas da DEO, com exceção do período (51 a 55) quando montou sua própria orquestra. Além dos incontáveis registros tocando com a DEO, Johnny Hodges gravou vários discos como líder, mas apresentaremos uma gravação liderada pelos dois personagens deste parágrafo: o álbum Back to Back. Gravado em 1959 para o selo Verve, o álbum apresenta sete temas com uma levada bem bluesy. Escolhemos para você os temas que falam sobre duas ruas ligadas ao blues: Basin Street Blues (Spencer Willians) em Nova Orleans e Beale Street Blues (W.C. Handy) em Menphis, Mississipi. Escutaremos o Duke Ellington – piano, Johnny Hodges – sax alto, Harry “Sweets” Edison – trompete, Les Spann – guitarra, Sam Jones – contrabaixo e Jo Jones – bateria.

Capa a partitura original de Beale Street Blues de W.C. Handy

Dona de uma voz com timbre inconfundível, Dinah Washington fez seu nome como crooner em orquestras com destaque para a big band de Lionel Hampton. Em 1945, após deixar a orquestra do grande xilofonista, Mrs. Washington participou de uma sessão para o selo Apolo onde gravou 12 faixas acompanhada de nomes como Lucky Thompson – sax tenor, Karl George – trompete, Jewel Grant – sax alto, Gene Porter – clarineta e sax barítono, Milt Jackson – vibrafone, Wilbert Baraco – piano, Charles Mingus – contrabaixo e Lee Young – bateria. Com um timaço destes só podia dar certo, conforme você vai conferir nas faixas Mellow Mama Blues (Robison), All or Nothing Blues (Elkie Brooks) e Beggins Mama Blues (não consegui descobrir o autor). O álbum chama-se Mellow Mama e foi lançado originalmente pelo selo Apolo e relançado pelo selo Delmark.

Começaremos o programa com o registro em disco da parceria de Duke Ellington e Johnny Hodges e iniciaremos a segunda parte do programa com outra gravação histórica que registra o encontro de dois monstros do saxofone. Apresentaremos o álbum Cannonball & Coltrane, gravado em 1959 para o selo EmArcy. O final da década de 50 registra o declínio do ciclo de influência do be bop sobre os músicos de jazz e com isso a figura de Charlie Parker deixava de representar uma sombra gigantesca sobre os saxofonistas da época. Alguns nomes se destacavam no novo cenário e, sem dúvida, dentre eles estavam o altista Julian Cannonball Aderley e o tenorista John Coltrane. Já saudados como ases no domínio de seus instrumentos e reconhecidos mundialmente pelas gravações nos grupos de Miles Davis (você já ouviu falar de um disco chamado Kind of Blue?), os dois caminhavam para desenvolver de forma plena linguagens musicais próprias. A meio caminho disto gravaram o álbum que apresentaremos no programa de hoje. Você ouvirá John Coltrane – sax tenor e Cannonball Aderley – sax alto acompanhados por Wynton Kelly – piano, Paul Chambers – contrabaixo e Jimmy Cobb – bateria nas faixas Stars Fell on Alabama (Parish & Perkins) e You´re a Weaver of Dreams (Young & Eliot).

O bala de canhão e o trem - capa do álbum Cannonbal & Coltrane

A cidade de Marciac, localizada no sudoeste da França – quase divisa com a Espanha, possui um tradicional festival de jazz que – pasme – tem quatro edições por ano, uma para cada estação. O trompetista Wynton Marsalis, resolveu homenagear a cidade e compôs a The Marciac Suite, uma obra com 13 movimentos e marcou a estréia para a edição de verão do festival em 1998. Música boa, músicos ótimos, clima perfeito e... opa! ... na hora da estréia, ao ar livre, caiu o maior temporal e a apresentação teve que ser adiada para o dia seguinte e, aí sim!, deu tudo certo. Para encerrar o programa dessa terça-feira apresentaremos as peças In the House of Laberiere e Mademoiselle O´Gascony que fazem parte do álbum gravado em Nova Iorque em fevereiro de 1999 para o selo Columbia Jazz. Participaram da gravação Wynton Marsalis – trompete, Wycliffe Gordon – trombone, Wessell Anderson – sax alto, Vitor Gaynes – sax tenor e clarinete, Farid Barron – piano, Rodney Whitaker – contrabaixo e Herlin Riley – bateria.

Escute o programa Nas Trilhas do Jazz pela internet no endereço http://www.jazzlumen.com.br/

2 comentários:

  1. Olá!

    Adoro esse disco do Cannonball e do John Coltrane. Eu conheço uma outra edição com capa diferente.

    Gi

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  2. Opa!

    Não conheço, mas irei pesquisar

    Grato!

    Maurício

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