Se você andar pelas lojas de pôster tão típicas da Europa e, principalmente na França, você se surpreenderá com a quantidade de quadros oferecidos com um senhor tocando clarineta e que lembra o nosso grande Pixinguinha. Trata-se de
Sidney Bechet, um dos pioneiros do jazz, o primeiro solista do gênero a alcançar sucesso popular. Bechet é um daqueles tantos músicos mais lembrados e reverenciados do lado direito do Oceano Atlântico do que no próprio país.
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Sidney Bechet e sua clarineta |
Como a maioria dos pioneiros do jazz, Sidney Bechet nasceu em Nova Orleans e tornou-se uma das primeiras referências do gênero para instrumentos de palheta – seu instrumento original era a clarineta e, mais tarde, o sax soprano. Sua marca registrada era uso freqüente do vibrato e ele é considerado um mestre da improvisação tanto atuando como líder de grupos quanto nos arranjos coletivos daquilo que é chamado o New Orleans Jazz. Dizem que tinha uma personalidade tão forte e um estilo tão dominante que os trompetistas da época tinham receio em acompanhá-lo. Claro que isso não foi problema para Louis Armstrong com quem Sidney Bechet dividiu diversas gravações. Tocou também com Bunk Johnson, King Oliver, Duke Ellington, Josephine Baker e Jelly Roll Morton, entre tantos. Personalidade errática, vida errática, Bechet viveu muitos anos na Europa, onde morreu em 1959.
No programa de terça-feira você terá a oportunidade de conhecer um pouco da obra de Sidney Bechet nas músicas
Viper Mad (S. Bechet),
Sweetie Pattotie (Bogan, Willians, Alexander) e
When the Sun Sets Down South (Bechet, Brooks e Sissle). As três faixas foram gravadas em fevereiro de 1938 e estão na coletânea do selo inglês West End que foi lançada com o nome de
The Essential Collection Sidney Bechet.
O programa segue apresentando o registro do encontro do trio do pianista
Bill Evans com o saxofonista
Stan Getz. O álbum chama-se
But Beautiful e foi gravado em agosto de 1974 na Holanda. Apresentaremos as faixas
Funkalero (Bill Evans) e
Stan´s Blues (Stan Getz). Ouviremos Bill Evans – piano, Eddie Gomez – contrabaixo, Marty Morell – bateria e Stan Getz – sax tenor.
Após o intervalo a voz elegante e sensual de
Julie London cantará
Black Coffee (S. Burke e P.F. Webster),
In the Wee Small Hours of the Morning (B. Hillard e D. Mann) e
Misty (E. Gardner e J. Burke). As três faixas fazem parte do álbum
Around Midnight gravado para o selo Capitol Jazz em 1960.
No quarto bloco do programa apresentaremos o álbum
Fontessa do grupo
Modern Jazz Quartet. Gravado em New Jersey durante o ano 1956, o disco apresenta sete faixas das quais destacaremos as delicadas
Angel Eyes (Dennis e Brent) e
Willow Weep for Me (Ronell). O MJQ era composto por John Lewis – piano, Milt Jackson – xilofone, Percy Heath – contrabaixo e Connie Kay – bateria. O LP marcava o início da associação do Modern Jazz Quartet com o selo Atlantic Jazz.
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Capa do LP Fontessa do Modern Jazz Quartet |
Para encerrar o programa apresentaremos um dos músicos de destaque da cena jazz atual, o trompetista
Roy Hargrove. Apontado por Miles Davis como um dos trompetistas mais talentosos da então nova geração do jazz, Mr. Hargrove tem desenvolvido um trabalho de qualidade técnica exemplar, conseguindo mesclar uma abordagem contemporânea ao jazz sem descer do bonde da tradição. Você poderá conferir o resultado nas faixas
Speak Low (Kurt Weil e Ogden Nash) e
I´m not so sure (Cedar Walton). Fazem parte do grupo que toca no CD Roy Hargrove – trompete e flugelhorn, Justin Robinson – sax alto e flauta, Gerald Clayton – piano, Danton Boller – contrabaixo e Montez Coleman – bateria. O álbum
Earfood foi lançado em 2008 pelo selo EmArcy.
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