Pela Internet

Você pode ouvir o programa Cena Jazz pela Internet no endereço http://www.rtve.pr.gov.br/modules/programacao/radiofm_ao_vivo

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Programa de 28 de dezembro de 2010


E no começo eram as Big Bands...

Se você for ler sobre as origens do jazz, encontrará várias versões que convergem do blues para as bandas de Nova Orleans, o jazz negro de Chicago, as bandas brancas de dixieland e o som de Kansas City. O movimento segue mais ou menos esta espinha dorsal para desembocar na chamada "Era do Jazz" que compreende o final da década de 20 e o início da próxima. Depressão econômica, desemprego em massa, lei seca, miséria; tudo isso compensado pela música maravilhosa que tocava (ao vivo!) em rádios de todo o território dos EUA. Foi a época das Big Bands. A gloriosa época das Big Bands! Nomes como Benny Goodman, Jimmy Dorsey, Glen Miller, Cab Calloway, Artie Shaw, Duke Ellington eram então extremamente populares.

No programa desta terça-feira prestaremos um tributo a esses grupos que alegraram o coração não só dos estadunidenses, mas de homens e mulheres de todo planeta. Não ficaremos, porém, restritos às orquestras da década de 30. Nesta edição do programa faremos um passeio de setenta anos pelo som das Big Bands.

Orquestra de Artie Shaw
E para começar você vai ouvir um clássico: The Mooche, composição de Duke Ellington com a orquestra do autor. A gravação é da década de 40. Completando o bloco apresentaremos Upswing com a Dave Holand Big Band. O álbum What Goes Around foi lançado m 2002 pelo selo alemão ECM.

 
Selo do disco que apresentava a primeira versão gravada de "The Mooche", em 1928
 No segundo bloco tocaremos inicialmente Highise Riff com o grupo liderado pelo trompetista Wynton Marsalis. A faixa está no álbum Citi Movement que foi lançado pelo selo Columbia em 1991. Completando bloco teremos a orquestra de Stan Kenton apresentando Intermission Riff do álbum Kenton in HiFi, gravado em 1956.

Se você ficou se perguntando o que riff, segue aí a definição daWikipedia: “Riff é uma progressão de acordes, intervalos ou notas musicais, que são repetidas no contexto de uma música, formando a base ou acompanhamento. Riffs geralmente formam a base harmônica de músicas de jazz, blues e rock.”

Depois do intervalo, você ouvirá outra orquestra clássica: a Count Basie Orchestra. Com o grande Joe Willians servindo de crooner, tocaremos Every Day I Have The Blues – faixa do álbum Count Basie Swings, Joe Williams Sings, gravado em 1956. Na sequência, a gravação de Isothope feita para o sensacional álbum Joe Henderson Big Band, lançado pelo selo Verve em 1996.



A foto que registra a gravação da faixa "Everyday I Have The Blues"
E para encerrar este tributo às big bands de todos os tempos apresentaremos no último bloco do programa Fables of Faubus, faixa do álbum Mingus Ah Um do genial contrabaixista Charles Mingus. A sessão foi gravada em 1959 para o selo Columbia Jazz. E encerraremos o programa com outro gênio do jazz: o pianista, maestro, compositor e arranjador Gil Evans. Do seu álbum Out of The Cool, você ouvirá o tema Stratophunk. Selo GRP, 1960.

Por hoje é isto! No programa de quinta-feira teremos mais big bands para você começar a comemorar a passagem de ano com música boa e animada. Até lá!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Programa de 23 de dezembro de 2010

Natalie Cole é uma cantora especial. Afinadíssima ela trabalha um repertório de muito bom gosto em que o jazz ocupa um lugar especial. Apresentaremos no programa desta quinta-feira o álbum Take a Look; lançado em 1993 pelo selo Elektra, o disco é todo muito bom. Destacaremos hoje as interpretações de Miss Cole para It´s Sand Man (Ed Lewis, Jon Hendricks e Dave Lambert) e All About Love (Bill Dana e Robert Arthur). Acompanharam a belíssima voz de Natalie Cole Alan Broadbent – piano, Jim Hughart – contrabaixo, John Chiodoni – guitarra, Jeff Hamilton – bateria e Pete Christlieb – saxofone.

Jean “Toots” Thielemans é um músico muito especial. Belga de nascimento transformou-se em um músico universal. Reconhecido mundialmente como um dos maiores intérpretes da harmônica, é referência do instrumento na cena jazz. Entretanto poucos sabem que seu instrumento original é a guitarra, que tocou durante anos no quinteto do pianista inglês George Shearing. Apresentaremos no programa de hoje o álbum Man Bites Harmônica, que marca sua estréia como líder na cena estadunidense do jazz. Lançado originalmente pelo selo Riverside em 1958, o disco apresenta oito faixas dentre as quais escolhemos 18th Century Ballroom (Ray Bryant) e East of The Sun (Brooks Bowman). Participaram do encontro Peper Adams – sax barítono, Kenny Drew – piano, Wilbur Ware – contrabaixo e Art Taylor – bateria.

Toots Thielemans ainda garoto no início da brilhante carreira
Após o intervalo você vai ouvir as homenagens que o saxofonista Joe Henderson fez a duas das maiores figuras da música do século XX: Miles Davis e Antonio Carlos Jobim. No início da década de 90 Joe Henderson gravou os discos mais significativos de sua carreira; dentre eles So Near So Far em homenagem ao trompetista e Double Rainbow, uma homenagem ao nosso maestro soberano. Os dois discos são espetaculares e valem uma audição completa. Selecionamos para você So Near So Far (Tommy Crombie e Benny Green), onde Joe Henderson foi acompanhado por Joe Scofield – guitarra, Dave Holland – contrabaixo e Al Foster – bateria. Do repertório do compositor brasileiro escolhemos No More Blues ou Chega de Saudade (Tom Jobim e Vinícius de Moraes) que foi executada por Joe Henderson – sax tenor, Herbie Hancock – piano, Christian McBride – contrabaixo e Jack DeJohnette – bateria. Os dois CDs foram lançados pelo selo Verve, o primeiro em 1993 e o outro em 1995.

O programa segue com mais um momento especial. Tocaremos no quarto bloco o álbum Trumpet Evolution do trompetista cubano Arturo Sandoval. Gravado em 2003 para o selo Crescent Moon o disco é um tributo que o Señor Sandoval presta a 19 trompetistas que marcaram a linha evolutiva do jazz. Começa com Dipper Mouth Blues, tributo a King Oliver e termina com Later para Wynton Marsalis; mas praticamente todos os nomes que se destacaram no instrumento são lembrados. Escolhemos para tocar no programa as faixas Concerto for Cootie (Duke Ellington) e I Can´t Get Started (Ira Gershwin e Vernon Duke). A primeira é uma homenagem a Charles “Cootie” Willians e a segunda a Bunny Berigan, dois trompetistas não muito lembrados no dias de hoje, mas que deixaram sua marca na historia do jazz.

Capa do álbum Trumpet Evolution
Para encerrar o programa uma brincadeirinha legal. Tocaremos duas versões de A Night In Tunisia (Dizzy Gilespie e Frank Paparelli). Ouviremos inicialmente uma versão cantada por Bobby McFerrin com letras de Jon Hendricks e na sequência umas das versões clássicas: a gravação ao vivo feita em 1953 no Birdland com o grupo que formaria a primeira versão do Jazz Messengers. Tocaram Clifford Brown – trompete, Lou Donaldson – sax alto, Horace Silver – piano, Curly Russel – contrabaixo e Art Blakey – bateria. Na versão vocal, acompanham o Bobby McFerrin as vozes do grupo Manhatan Transfer.

Feliz Natal!

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Programa de 16 de dezembro de 2010

Conforme prometido na edição de terça-feira, iniciamos o programa de hoje com a apresentação do álbum Something Blue que marca a estréia de Paul Horn como band líder. Mais lembrado nos dias de hoje pelo seu trabalho com flautas, Mr. Horn também tocava – e bem – sax alto e clarineta. Gravado em 1960 para o selo HI FI Jazz, a música apresentada demonstra uma clara influência do tijolo que havia despencado sobre a cena jazz no ano anterior – álbum Kind of Blue. Miles havia “inventado” o jazz modal e a maioria dos músicos da época andava impressionada com o trabalho. Para você ouvir um pouco da música apresentada, selecionamos os temas Something Blue e Fremptz, ambas composições de Paul Horn. Para as gravações ele convidou Paul Moer – piano, Jimmy Bond – contrabaixo, Billy Higgins – bateria e Emil Richards – xilofone.

Paul Horn novinho, a fim de impressionar o público feminino

Um dos primeiros LPs de jazz que comprei foi – benza deus! – o álbum Take Love Easy. Gravado para o selo Pablo em 1973 o disco é de uma delicadeza deslumbrante! Apresentando “apenas” a voz da diva Ella Fitzgerald e a guitarra de Joe Pass, o disco traz nove faixas belíssimas. Difícil escolher apenas duas para apresentar no programa, mas selecionamos Take Love Easy (Duke Ellington e John Latouche) e A Foggy Day (Gershwin Bros.). Vale lembrar que o disco tem uma gravação muito bonita de Once I Loved, versão de Ray Gilbert para Amor em Paz de Tom Jobim e Vinícius de Moraes que eu prometo tocar no início do próximo ano.

Ella e Joe para japonês ouvir
Gosto tanto deste álbum que, quando apareceram os CDs, procurei-o alucinadamente. Acabei encontrando uma versão japonesa numa loja da Tower em Londres e comprei. Alguns anos depois o CD foi lançado no Brasil e frequentou algumas bancas de liquidação nas Mesblas da vida...

Após o intervalo apresentaremos mais um encontro entre grandes do jazz. Desta vez trata-se do álbum Bags Meets Wes! que registra a sessão que reuniu Milt Jackson (cujo apelido era Bags) e Wes Montgomery. O surgimento do garoto fenômeno da guitarra no final dos anos 50 fez com muita gente já estabelecida na cena jazz o convidasse para tocar e gravar. A maioria acabou esnobada por Wes Montgomery; uma exceção foi Milt Jackson em grande parte por Wes tinha tocado muitos anos com seu irmão Buddy e desenvolvido com isso uma afinidade com a combinação guitarra jazzy e xilofone. Gravado em dezembro de 1961 pelo selo Riverside, o disco reúne sete faixas que mostram o resultado do encontro. Você ouvirá os temas Blue Roz (Wes Montgomery) e S.K.J. (Milt Jackson). Para acompanhá-los escolheram Wynton Kelly – piano, Sam Jones – contrabaixo e Philly Joe Jones – bateria.

Deve ter feito muito frio no inverno de 1961 em NYC. Meio parecido com nosso verão curitibano...

O quarto bloco do programa apresenta o The Jazztet, grupo importante liderado por Art Farmer e Benny Golson. A banda que durou relativamente pouco tempo (1959 a 1963), se destacou por ser um canal de apresentação das fabulosas composições de Benny Golson e por ter lançado alguns nomes que fariam história nas décadas seguintes, entre eles os pianistas McCoy Tyner e Cedar Walton. A música do grupo era uma espécie de pós hard bop bastante densa e interessante. Você poderá conferir o som do Jazztet nas faixas 2 Degrees East, 3 Degrees West (John Lewis) e Blues On Down (Benny Golson). As gravações para o selo LeJazz foram feitas em Nova Iorque em 1961 e tiveram a participação de Tom McIntosh – trombone, Cedar Walton – piano, Albert “Tootie” Heath – bateria, Tommy Willians contrabaixo, além, claro, de Art Farmer – trompete e Benny Golson – sax tenor.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Programa de 14 de dezembro de 2010

James Moody (1925-2010)
O blog Jazz Lumen e o programa Nas Trilhas do Jazz prestam tributo ao grande saxofonista James Moody. Como o programa de hoje foi gravado com antecedência, não tocaremos sua música. Em breve apresentaremos alguns álbuns de James Moody, mais um gigante do jazz que vai tocar na Big Band do Paraíso.

Quem presta um pouquinho de atenção ao jazz já ouviu o nome Marsalis. Provavelmente Wynton Marsalis; os mais informados conhecem o Branford Marsalis, os que são mesmo da praia do jazz já ouviram falar de Jason Marsalis e os realmente “tarados” por jazz até escutaram um disco do Delphayo Marsalis. Então... toda essa garotada descende do grande pianista de Nova Orleans Elis Marsalis. Pois papai Marsalis convidou seu filho saxofonista, o Branford, para gravar uma disco muito bacana: o álbum Loved Ones. São 14 faixas, todas elas com nomes de ou referências a mulheres. Temos Delilah, Maria, Angelica, Liza, Nancy e outras sempre homenageadas pelo duo. Escolhemos as deliciosas Louise (Leo Robin e Richard Whitling) – nessa apenas piano, e Lulu´s Back In Town (Al Dubin e Harry Warren) – com a dupla. O disco foi lançado pelo selo Columbia em 1996.

Miles Davis além de ser músico sensível e inovador genial foi também o criador de alguns dos maiores grupos da história do jazz. Seus dois quintetos – o da segunda metade da década de 50 e o da década de 60 marcaram a história da música do século XX. Em relação ao primeiro grupo, muita gente pensa que apenas os álbuns gravados para o selo Columbia (Round About Midnight e Kind of Blue – os dois mais importantes) foram os mais significativos. É importante lembrar que houve gravações anteriores que pertencem a qualquer antologia do jazz que se preze. Em apenas duas seções o grupo formado por Miles – trompete, John Coltrane – sax tenor, Red Garland – piano, Paul Chambers – contrabaixo e Philly Joe Jones – bateria gravou material para quatro álbuns sensacionais: Cookin´, Walkin´, Relaxin´ e Steamin´ with The Miles Davis Quintet; destacaremos este último no programa de hoje. Das seis faixas que compõem o disco, escolhemos as delicadas Diane (Erno Rappee e Lew Pollack) e When I Fall In Love (Victor Young e Edward Heyman). Enjoy it!


Capas dos quatro álbuns antológicos
O timbre de voz peculiar sempre foi a marca registrada da cantora e pianista Blosson Dearie. Cantora sensibilíssima, Miss Dearie foi grande destaque no mundo do jazz nos anos 50 e 60. Após uma prematura aposentadoria, ela voltou a apresentar em festivais e clubes estadunidenses e europeus até 2006. Faleceu no ano passado. No programa de hoje apresentaremos gravações suas do período em que morou em Paris, entre 1952 e 1954. Acompanhada do Blue Stars of France ouviremos Blosson Dearie apresentando uma versão em francês para Lullaby of Birdland (George Shearing e George David Weiss) e Tout Ma Joie (tradicional). O álbum Les Blue Stars foi gravado em 1954.

Blosson Dearie vale uma visita ao Youtube
Já estabelecido no circuito do jazz o xilofonista Bobby Hutcherson liderou uma ótima sessão de gravação para o selo Blue Note em 14 de julho de 1966. Reunido a Joe Henderson – sax tenor, McCoy Tyner – piano, Herbie Lewis – contrabaixo e Billy Higgins – bateria, gravou seis faixas que foram lançadas no álbum Stick-up! Escolhemos para você os temas 8/4 Beat e Summer Nights ambas de Mr. Hutcherson.

E para convidá-lo para o programa de quinta-feira finalizamos a edição de hoje com o flautista Paul Horn apresentando o tema Mr. Bond. Outras faixas do álbum Something Blue você escutará no próximo programa! Até lá!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Jazz em capas

Dando sequência à série de capas de discos de jazz, vão aí mais algumas...

Começamos com o álbum Friends do pianista Chick Corea. Se o disco tivesse vocais, tenho certeza que seriam da Smurfete...

Cadê a Smurfete?
Jerome Kern é um dos maiores compositores estadunidenses da primeira metade do século XX. Compos A Fine Romance, All The Things You Are, I´m Old Fashioned, Smoke Gets In Your Eyes, entre tantas canções maravilhosas. Todos nós amamos Jerome Kern... mas precisava uma capa assim?

Álbum I love Jerome Kern do pianista Kenny Drew
Cab Calloway é um dos figuraços do jazz na boa companhia de Professor Longhair,Thelonious Monk e Dizzy Giliespie (que aliás tocou na orquestra dele). Cantor, compositor, maestro, band líder ficou famoso pelo modo de cantar e pelas performances nos palcos. Se você tem idade para ter assistido o filme Cotton Club do Francis Ford Copolla, ele é representado no filme cantando Minnie, the Moocher. Pela capa da coletânea que segue abaixo, dá para perceber que o cara não era muito normal.

Pelo olhar Cab Calloway gostou da vizinha do andar de cima...

Seguem endereços de outros posts sobre capas de discos, com dose especialíssima de Chet Baker:

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Programa de 09 de setembro de 2010

Quando se fala em saxofone no jazz dos anos 50, Sonny Rollins é provavelmente o nome mais importante. Se Charlie Parker deu as cartas nos anos 40 e John Coltrane é o grande nome na década de 60, o trabalho de Mr. Rollins durante os fifties o credencia como um dos gigantes do jazz em todos os tempos. O All Music Guide Jazz coloca-o como um dos quatro maiores tenoristas de todos os tempos na boa companhia de Coleman Hawkins, Lester Young e John Coltrane.

Belíssima foto de Sonny Rollins
No programa desta quinta-feira destacaremos o álbum Newk´s Time, gravado em 22 de setembro de 1957 para o selo Blue Note. O quarteto reunido para o encontro foi completado por Wynton Kelly – piano, Doug Watkins – contrabaixo e Philly Joe Jones – bateria. Escolhemos os temas Tune Up (Miles Davis) e Wonderful! Wonderful! (Ben Raleigh e Shermann Edwards).

Minha cantora de jazz favorita no momento é Dee Dee Bridgewater. Após um começo de carreira hesitante entre o pop, o R&B e o jazz, Miss Bridgewater firmou-se no cenário jazzístico durante o período em que viveu na França durante a segunda metade dos anos 80. Dois fatos serviram para firmá-la como um das grandes divas do jazz contemporâneo: uma turnê européia com um espetáculo baseado na vida de Billie Holiday e o lançamento, em 1995, do CD Love and Peace: a tribute to Horace Silver. E é este álbum que apresentaremos no segundo bloco do programa. Gravado em Paris, o disco tem como destaques 13 composições do genial pianista e conta com a participação do autor ao piano e, também, de Jimmy Smith tocando seu órgão em duas faixas. Difícil escolher duas músicas e ficamos com Tokio Blues e Song For My Father. Acompanharam Dee Dee os músicos Stéphane Belmondo – trompete, Lionel Belmondo – sax tenor, Thierry Eliez – piano, Hein Van De Geyn – contrabaixo e André “Dedé” Cecarelli – bateria. Em Song For My Father, Horace Silver assumiu o piano. O lançamento deste excelente disco foi do selo EmArcy.

Dee Dee Bridgewater com certeza ouvindo boa música
Dentre os excelentes discos que o saxofonista Branford Marsalis já lançou, sem dúvida destaca-se o álbum Random Abstract. Gravado em Tóquio em agosto de 1987 para o selo Columbia Jazz, o álbum reuniu o saxofonista a Kenny Kirkland – piano, Delbert Felix – contrabaixo e Lewis Nash – bateria. Das nove faixas que compõem o eclético repertório do CD, escolhemos Yes and No (Wayne Shorter) e Crepuscule with Nelie (Thelonious Monk). Música da pesada!

Uma das características dos lançamentos do selo Naxos Jazz eram as capas com pinturas abstratas

Liderado pelo pianista Mike Nock o New York Jazz Collective é um grupo bastante interessante. Sua música soa moderna, mas mantém suas raízes na improvisação coletiva típica dos primórdios do jazz, apenas com mais espaço para solos de seus componentes. Conheço dois discos (excelentes!) do grupo. Para o programa de hoje escolhemos o álbum I Don´t Know This World Without Don Cherry, uma homenagem ao cornetista de Oklahoma que marcou época no jazz avant gardé. Você poderá conferir o trabalho do grupo nos temas New Morning of the Dream (Mike Nock) e Don´t Leave Me (Baikida Carrol) Na formação do grupo temos Marty Ehrlich – clarineta, flauta e sax soprano, Baikida Carrol – trompete e flugel, Frank Lacy – trombone, Michael Formanek – contrabaixo, Steve Johns – bateria e Mike Nock – piano. O álbum foi lançado em 1996 pelo selo Naxos Jazz.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Programa de 07 de dezembro de 2010

O programa de hoje começa com tempero bem latino. Tocaremos duas faixas do álbum My Summertime do percussionista portorriquenho Ray Barreto. O disco foi gravado em 1995 em Nova Iorque para o selo Bel e apresenta uma série de temas recorrentes do repertório jazzístico com a típica pegada da música caribenha. Escolhemos dois clássicos: Autumn Leaves (Joseph Kosma e Jacques Prévert) e Summertime (Du Boise Hayward, Ira Gershwin e George Gershwin). Acompanharam Ray Barreto nas gravações Hector Martignon – piano, Michael Phillip Mossman – trompete, Adam Kolker – sax tenor e soprano, Jairo Moreno – contrabaixo e Vince Cherico – bateria.

Ray Barreto quebrando tudo
Ainda no clima latino trazemos o saxofonista Wayne Shorter tocando suas composições El Gaucho e, em seguida, Footsprints. As duas faixas fazem parte do álbum Adam´s Apple, gravado em 1966 pelo selo Blue Note. Nesta época Mr. Shorter fazia parte do célebre quinteto de Miles Davis, mas levava um trabalho paralelo que resultou em grandes discos. A “Maçã de Adão” foi gravada em quarteto com a participação de Herbie Hancock – piano, Reggie Workman – contrabaixo e Joe Chambers – bateria.

Lennie Tristano é pouco lembrado nos dias de hoje. Cego desde a infância, o descendente de italianos nascido em Chicago foi um dos grandes pianistas da década de 50. Ainda hoje é reconhecido como um grande inovador das técnicas de piano no jazz e também como grande improvisador. Apresentaremos no programa de hoje os standards All The Things You Are (Jerome Kern e Oscar Hammerstein III) e These Foolish Things (Eric Maschwitz e Jack Strachey); duas faixas do álbum Lennie Tristano, lançado 1955 pelo selo Atlantic. Estiveram presentes nas gravações Lee Konitz – sax alto, Gene Ramey – contrabaixo e Art Taylor – bateria.

Lennie Tristano em foto do encarte do álbum que tocamos no programa
Também pouco lembrada aqui no Brasil é a cantora Nancy Wilson. Como a maioria das cantoras de jazz, Miss Wilson aprendeu a cantar em coros de igreja e escolas; sua carreira deslanchou quando em 1959, acatando um conselho do saxofonista Cannonball Aderley, ela mudou-se para Nova Iorque. Tornou-se então uma das grandes cantoras da segunda metade do século XX trafegando entre o jazz, o blues e o pop. Indiferente aos rótulos, ela gosta de definir-se como song stylist. Recentemente ganhou os Grammys de melhor desempenho vocal em jazz nos anos de 2005 e 2007. Nas trilhas do jazz de hoje, você ouvirá Nancy Wilson cantando as canções Call Me Irresponsible (Sammy Cahn e Jimmy Van Heusen) e Our Day Will Come (Bob Hilliard e Mort Garson). As faixa estão presentes no album triplo Nancy Wilson - The Capitol Recordings, 1960 - 1976.

O charme de Nancy Wilson, uma das maiores cantoras vivas do jazz
E para encerrar o programa no mesmo clima latino em que começamos, destacamos o grupo Manny Oquendo´s Libre apresentando a versão bem caribenha da composição de Freddie Hubbard Little Sunflowers. A faixa está presente no álbum Ritmo Sonido Y Estilo, lançado em 1994 pelo selo Montuno Records.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Programa de 02 de dezembro de 2010

Iniciamos o programa com um disco bastante importante para a história do jazz: o álbum Horace Silver and the Jazz Mensagers. E por que o disco é tão importante? Vários motivos: é a primeira gravação onde o talento do então novato pianista de ascendência cabo verdiana mostrava de forma plena seus talentos, tanto de compositor como de executante. Outra razão foi que, a pedido de Mr. Silver Art Blakey colocou em prática a idéia de criar um conjunto chamado Jazz Mensagers. Este nome passaria a ser utilizado pelo baterista em inúmeras formações nas décadas seguintes, quase todas elas de altíssima importância na história do jazz. E, além de tudo, o disco é bom – muito bom!

Disco histórico!
Das oito faixas que o CD lançado em 2004 pelo selo Blue Note apresenta, selecionamos duas composições de Horace Silver: The Preacher e Creepin´ in. Os mensageiros do jazz nesta gravação foram: Kenny Dorhan – trompete, Hank Mobley – sax tenor, Doug Watkins – contrabaixo, Horace Silver – piano e Art Blakey – bateria.

Na sequencia do programa apresentamos o álbum Guitarrist do, claro, guitarrista Kevin Eubanks. Lançado originalmente em 1983 pelo selo Elektra, o disco reúne quase todo o clã musical Eubanks; temos Robin Eubanks – trombone, Charles Eubanks – piano, David Eubanks – contrabaixo. Além da família, tocaram no disco Ralph Moore – sax tenor, Roy Haynes – bateria. Destacamos do CD as faixas Untitle Shape (K. Eubanks) e Blue in Green (Miles Davis e Bill Evans). Vale lembrar que o Kevin Eubanks é sobrinho do grande pianista e compositor Ray Bryant. Talento na família não falta!

Após o intervalo, o destaque para o registro do encontro de um grande nome do passado, o pianista britânico George Shearing com um dos favoritos do momento, o guitarrista John Pizzarelli. O álbum chama-se, apropriadamente, The Rare Delight of You; foi lançado em 2002 pelo selo Telarc. Uma delícia escutar o quinteto de Mr. Shearing acompanhando a voz e a guitarra de Mr. Pizzarelli. Selecionamos três canções para você ouvir: Be Carefull, It´s My Heart (Irving Berlin), Shine on your Shoes (Arthur Schwartz, Howard Dietz) e Lulu´s Back in Town (Harry Waren e Al Dubin). Compõem o quinteto Ted Piltzecker – xilofone, Red Schwager – guitarra, Neil Swaison – contrabaixo, Dennis Mackrel – bateria. Vale observar que a capa do CD paga tributo a um outro álbum muito importante de George Shearing: Nat King Cole Sings George Shearing Plays que, em breve, apresentaremos no programa.


Um prazer raro ouvir a música de George Shearing e John Pizzarelli
O baterista Bob Kaufman é participante ativo da cena jazz desde a década de 60. Professor de percussão no Berklee College of Music em Boston é respeitadíssimo nos circuitos musicais e acadêmicos no nordeste dos EUA. O álbum Worlds Together reúne um quinteto liderado por Kaufman que conta com a participação de Jerry Bergonzi – e Bill Pierce – sax tenor e os brasileiros Sizão Machado – contrabaixo e Lupa Santiago – guitarra. O álbum foi gravado em 2007 nos Estados Unidos e lançado no Brasil pelo selo Tratore. Destacamos as faixas Hogh Tied e Wrong – ambas de Bob Kaufman.

E para encerrar, programamos o grupo do trombonista Jimmy Bosh com uma versão em latina do clássico de Wayne Shorter Speak No Evil. A faixa faz parte do álbum Salsa Dura, lançado em 1999 pelo selo Ryko Latino.

Programas de 30 de outubro de 2010

O programa iniciou com a apresentação do álbum Airmail Special do baterista estadunidense, radicado na Suíça, Ken Wood. Do álbum gravado em Lausane em 2006, destacamos os temas Tipsy (Edgard Battle Eddie Durham) e Have You Meet Miss Georgia Brown? (Ben Bernie, Kenneth Casey e Maceo Pinkard). O octeto que se apresenta no CD foi formado por Philippe Cornaz – vibrafone, Michel Thévoz, Bernard Dossin e Marco Neri – guitarras, Jacques Ducrot, sax alto, Christian Gavillet – clarinete e sax tenor, Alexandre Huber – teclados, Lucien Neumann – contrabaixo e Ken Wood – bateria.

Na sequencia apresentamos o disco Rush Hour do saxofonista Joe Lovano. Gravado entre abril e junho de 1994 para o selo Blue Note, o álbum tem como destaque o trabalho do maestro Günter Schüller nos arranjos e condução da orquestra que acompanha o grupo de Joe Lovano. Das 13 faixas do CD, destacamos dois clássicos: Crepuscule with Nelie (Thelonious Monk) e Prelude to a Kiss (Duke Ellington).

Dinah Shore é uma das personalidades mais marcantes do cenário jazzístico dos EUA na segunda metade do século XX. Cantora, atriz, apresentadora de programas de rádio e de TV; neste veículo teve um programa que ficou mais de QUATRO DÉCADAS no ar; e isto num tempo que não havia TV a cabo... Ah! Ganhou 10 Grammys. Infelizmente anda meio esquecido, mas aqui no programa sempre há espaço para os grandes talentos, conforme você conferiu nas faixas Candy (David, Kramer e Whitney) e Body and Soul (Green, Heyman e Sour).
Dinah Shore em seu programa de TV
A segunda metade do programa começou com registro do encontro entre os saxofonistas Charlie Mariano e Sadao Watanabe. O álbum gravado em 1967 chama-se Nabesada & Charlie. Infelizmente não tenho muitas informações técnicas sobre o excelente encontro musical do qual destacamos as faixas Comin´ Home Baby (Ben Tucker) e One Note Samba (Samba de Uma Nota Só) (Tom Jobim e Newton Mendonça). O CD foi lançado no Brasil pelo selo Movieplay em 1992.

O álbum What is There to Say? foi gravado pelo quinteto do saxofonista Gerry Mulligan em Nova Iorque na virada de 1958 para 1959. Escolhemos para você ouvir os temas As Catch Can e Festive Minor ambas de Mr. Mulligan. Acompanharam o saxofonista os músicos Art Farmer - trompete, Bill Crow - contrabaixo e Dave Bailey - bateria. lançamento Columbia Jazz.


Foto da contra capa do CD What is There to Say? do barítono Gerry Mulligan
E encerramos o programa com o grupo cubano Mamborama. Tocamos o tema de pegada bem latina És solo musica. A faixa faz parte do álbum Night of the Living Mambo, gravado para o selo Ahi Nama Music em 2006. Jazz caribenho é uma delícia!