Pela Internet

Você pode ouvir o programa Cena Jazz pela Internet no endereço http://www.rtve.pr.gov.br/modules/programacao/radiofm_ao_vivo

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Programa de 18 de novembro de 2010

Para abrir o programa desta quinta-feira escolhemos o disco Midnight Blue do guitarrista estadunidense Kenny Burrel. O álbum é considerado um dos mais importantes da carreira do nativo de Detroit e tem, como o nome declara, uma pegada bem bluesy com a banda trabalhando "as matizes mais sutis e mais profundas do blues, combinando grooves fortes com um sentimento de reflexão da meia noite". O grupo liderado por Mr. Burrel contou com Stanley Turrentine - sax tenor, Major Holley Jr. - contrabaixo, Bill English - bateria e Ray Barreto - congas. Gravado em abril de 1967 para o selo Blue Note, a versão em CD apresenta nove faixas, das quais destacaremos os temas Saturday Night Blues (K. Burrel) e Mule (Major Holley Jr. e K. Burrel).

Kenny Burrel
No segundo bloco do programa levaremos o trabalho pouco conhecido no Brasil de dois grupos: inicialmente o Brian Patneaude Quintet e, em seguida, o Anders Westfall Trio.

Formado em 2002, o quinteto do saxofonista Brian Patneaude é atualmente uma das bandas de jazz mais ativas na cena jazz de Nova Iorque. Sua música mescla vários estilos de jazz moderno, com melodias acessíveis e texturas harmônicas. O grupo é composto por Brian Patneaude - sax tenor, George Muscatello - guitarra, Mike DelPrete - contrabaixo, Danny Whelchel - bateria e Dave Payette - piano. Ouviremos com eles o tema Release que faz parte do álbum Distance, que foi lançado em 2005.

A seguir você ouvirá o trio do guitarrista dinamarquês Anders Westfall. Acompanhado por Jasper Høiby - contrabaixo e Kalle Mathiesen - bateria, apresentaremos Westfall tocando o tema Another You. A faixa faz parte do CD Live at the K2 que foi gravado ao vivo no Festival de Jazz de Copenhagen em 2008 para o selo Mecca.

Após o intervalo abriremos espaço para uma das queridinhas do jazz contemporâneo: a contrabaixista e cantora Esperanza Spalding. Nascida em Portland - noroeste do EUA - bem cedo foi reconhecida como um prodígio na execução do contrabaixo acústico. E neste caso a palavra prodígio não é exagerada, visto que a moça com 19 anos era PROFESSORA na prestigiada Berklee College of Music em Boston!
Tendo trabalhado com nomes como Joe Lovano, Patti Austin, Charlie Haden, Regina Carter, Pat Metheny, entre outros, Miss Spalding lançou até agora três trabalhos solo; dois dedicados ao jazz e um à música clássica. E é do seu segundo álbum, chamado Esperanza, que apresentaremos as faixas I adore you e I know you know ambas de sua autoria. Preste atenção na influência da MPB na maneira de Esperanza cantar, principalmente no segundo tema.
Em I adore you você escutará Leo Genovese- piano, Jamey Haddad - percussão e Otis Brown - bateria. Em I know you know teremos o mesmo grupo com exceção de que Horácio "El Negro" Hernadez assume a bateria. O CD Esperanza foi lançado em 2008 pelo selo HeadsUp.

Esperanza Spalding, e ainda por cima a moça é bonitinha...
E encerraremos esta edição do Nas Trilhas do Jazz com um grande artista da terra: o guitarrista curitibano Pollaco. Membro da ilustre família Oliva, que tantas coisas boas já fez pela música em nossa cidade, Pollaco estudou música no Brasil com nomes como Paulo Bellinati e Roberto Sion; nos EUA, enquanto cursava o GIT (Musician´s Institute) em Los Angeles teve aulas com, nada mais nada menos, Joe Pass e Scott Henderson. Também estudou contraponto e composição com o maestro Moacir Santos!

Em sua carreira Pollaco tocou com grandes nomes com Tal Farlow, Airto Moreira, Roberto Menescal, Mauro Senise, Nailor Proveta e Robertinho Silva só para falar em gênios da música.

O guitarrista curitibano Pollaco que teve as primeiras lições
de violão com seu irmão, o compositor José Oliva.
O trabalho de Pollaco que iremos apresentar está presente no álbum Outono. Lançado pela Cema Records, o CD reúne composições do período compreendido entre os anos 1984 e 2004. As doze faixas do disco apresentam a evolução de um artista em permanente desenvolvimento; destacaremos Nova e Outono, ambas de Pollaco. O disco é recheado de participações especiais como Nailor Proveta, Helinho Brandão, Walmyr Gil, François Lima, entre outros, que complementam o excelente trabalho feito por Fernando Gualberto - contrabaixo, Ricardo Mosca - bateria que formam o núcleo da Pollaco & Cia.

Capa do CD Outono da Pollaco & Cia
Mais informações sobre este grande músico curitibano você encontra no site: http://www.pollaco.com/


 

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Programa de 16 novembro de 2010

Uma dos nomes que mais gera polêmica na cena jazz é o do guitarrista e cantor George Benson. Dono de talento inegável, Mr. Benson fez uma escolha clara em sua carreira: ainda durante os anos 60, deixou a linha do jazz mais tradicional e optou por fazer música de maior apelo comercial. A opção foi radicalizada na década seguinte, o que ocasionou o surgimento de um grande número de fãs e também de críticos e puristas com o nariz torcido. Certo ou errado nas suas escolhas (você decide!), o fato é que a música feita pelo guitarrista continua sendo admirada no mundo todo.

George Benson e umas maritacas na capa do álbum In Flight
Tocaremos no programa de hoje um disco de 1976 - George Benson in Flight, onde - em minha modestíssima opinião, Mr. Benson consegue equilibrar sua música na frágil fronteira entre o pop e a música de qualidade, entre o bom gosto e kitch. O álbum reune um excelente grupo de músicos como Ronnie Foster - teclados, Phil Upchurch - guitarra base, o argentino Jorge Dalto - piano acústico, Stanley Banks - contrabaixo, Harvey Mason - bateria e Ralph MacDonald - percussão. Você escutará The Wind and I (Ronnie Foster) e Valdez in the Country (Donny Hahaway). O disco foi lançado pelo selo Warner.

O álbum Exile and Discovery, do selo Naxos Jazz, é o registro do trabalho de estréia como lider do saxofonista Donny McCaslin. Este ex aluno da prestigiada Berklee School of Music consegue percorrer vários estilos do jazz com competência e criatividade. Gravado ao vivo em novembro de 1997 o disco conta com as participações de Billy Drummond - bateria, Ugonna Okegwo - contrabaixo e Bruce Barth - piano. Aliás, este pianista é para mim um dos melhores da atualidade; preste atenção na sua tocada. Você ouvirá as faixas Mountain Mama (D. McCaslin) e Isfahan (Duke Ellington e Billy Strayhorn)

Após o intervalo teremos o prazer de apresentar o trabalho da pianista e cantora brasileira Eliane Elias. Paulista filha de mãe pianista clássica, desde cedo Eliane se envolveu com os estudos do piano. Contrariando a tradição familiar enveredou pelos caminhos da Bossa Nova e do jazz; uma decisão comemorada por todos. Após participar de um grupo que acompanhava a dupla Toquinho e Vinícius decidiu tentar carreira nos EUA em 1981. Desde então só tem colhido reconhecimento pelo trabalho e sucesso nos circuítos da boa música. Entre tantos destaques foi a primeira mulher instrumentista a ter sua foto estampada na capa da prestigiada revista de jazz Down Beat. Também já recebeu inúmeros prêmios em todo o hemisfério norte.

Capa do CD Dreamer da pianista brasileira Eliane Elias
Bela mulher Eliane, acima de tudo, faz grande música Você poderá conferir isto nos temas Baubles, Bangles and Beads (George Forrester, Robert Wright) e Samba de Verão (Marcos e Paulo Sérgio Vale). As faixas fazem parte do álbum Dreamer que foi lançado pelo selo Blue Bird em 2004. Tocam no álbum Oscar Castro Neves - violão, Paulo Braga - bateria e o maridão Marc Johnson - contrabaixo.

No quarto bloco do programa destacaremos o trabalho do baterista Brian Blade. Lançado em 2000 pelo selo Blue Note, Perceptual é um álbum conceitual que trata do episósdio do tiroteio na Heath High Scholl e, incrível, nem por isso é chato. Longe disto é muito bom conforme você poderá verificar nas faixas Crooked Creek e Perceptual, ambas de autoria de Mr. Blade. Seu grupo, o Brian Blade Fellowship foi composto pelos músicos Melvin Butler - sax ternor e soprano, John Cowherd - teclados, Dave Easley - guitarra, Kurt Rosenwinkel - guitarra, Christopher Thomas - contrabaixo, Myron Walden - sax alto e clarineta e Brian Blade - bateria e percussão.

domingo, 14 de novembro de 2010

Não é apenas a música II

Há algum tempo fiz uma postagem comentando que o jazz, além de boa música, sempre foi fonte de grandes capas. Mostrei algumas que gosto e prometi mais. Então aproveitando o feriadão...


Começo com a capa do álbum Good Time Jazz do trumpetista Bob Scobey. A Frisco Band de Mr. Scobey destacou-se tocando dixieland; música dos bons tempos, a capa também!

Capa do LP Good Time Jazz da Bob Scobey´s Frisco Band - ano de 1955

O genial pianista Thelonious Monk gostava de trabalhar com pequenos grupos, normalmente em quartetos com seu eterno parceiro o saxofonista Charles Rouse. Mas em 1964 ele "arriscou" um vôo solo que resultou em um belíssimo disco, Solo Monk, e uma capa fantástica!

Em 1964, Thelonious Monk arriscou um solo

E para terminar, mais uma inacreditável capa do trompetista Chet Baker desta vez em parceria com um companheiro de primeiras gravações: o saxofonista Art Pepper. Como a outra capa do Chet que mostrei, a do LP Playboys também dispensa comentários...

Capa do álbum Playboy de Chet Baker & Art Pepper - ano de 1956

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Programa de 11 de novembro de 2010

Se você andar pelas lojas de pôster tão típicas da Europa e, principalmente na França, você se surpreenderá com a quantidade de quadros oferecidos com um senhor tocando clarineta e que lembra o nosso grande Pixinguinha. Trata-se de Sidney Bechet, um dos pioneiros do jazz, o primeiro solista do gênero a alcançar sucesso popular. Bechet é um daqueles tantos músicos mais lembrados e reverenciados do lado direito do Oceano Atlântico do que no próprio país.

Sidney Bechet e sua clarineta
Como a maioria dos pioneiros do jazz, Sidney Bechet nasceu em Nova Orleans e tornou-se uma das primeiras referências do gênero para instrumentos de palheta – seu instrumento original era a clarineta e, mais tarde, o sax soprano. Sua marca registrada era uso freqüente do vibrato e ele é considerado um mestre da improvisação tanto atuando como líder de grupos quanto nos arranjos coletivos daquilo que é chamado o New Orleans Jazz. Dizem que tinha uma personalidade tão forte e um estilo tão dominante que os trompetistas da época tinham receio em acompanhá-lo. Claro que isso não foi problema para Louis Armstrong com quem Sidney Bechet dividiu diversas gravações. Tocou também com Bunk Johnson, King Oliver, Duke Ellington, Josephine Baker e Jelly Roll Morton, entre tantos. Personalidade errática, vida errática, Bechet viveu muitos anos na Europa, onde morreu em 1959.

No programa de terça-feira você terá a oportunidade de conhecer um pouco da obra de Sidney Bechet nas músicas Viper Mad (S. Bechet), Sweetie Pattotie (Bogan, Willians, Alexander) e When the Sun Sets Down South (Bechet, Brooks e Sissle). As três faixas foram gravadas em fevereiro de 1938 e estão na coletânea do selo inglês West End que foi lançada com o nome de The Essential Collection Sidney Bechet.

O programa segue apresentando o registro do encontro do trio do pianista Bill Evans com o saxofonista Stan Getz. O álbum chama-se But Beautiful e foi gravado em agosto de 1974 na Holanda. Apresentaremos as faixas Funkalero (Bill Evans) e Stan´s Blues (Stan Getz). Ouviremos Bill Evans – piano, Eddie Gomez – contrabaixo, Marty Morell – bateria e Stan Getz – sax tenor.

Após o intervalo a voz elegante e sensual de Julie London cantará Black Coffee (S. Burke e P.F. Webster), In the Wee Small Hours of the Morning (B. Hillard e D. Mann) e Misty (E. Gardner e J. Burke). As três faixas fazem parte do álbum Around Midnight gravado para o selo Capitol Jazz em 1960.

No quarto bloco do programa apresentaremos o álbum Fontessa do grupo Modern Jazz Quartet. Gravado em New Jersey durante o ano 1956, o disco apresenta sete faixas das quais destacaremos as delicadas Angel Eyes (Dennis e Brent) e Willow Weep for Me (Ronell). O MJQ era composto por John Lewis – piano, Milt Jackson – xilofone, Percy Heath – contrabaixo e Connie Kay – bateria. O LP marcava o início da associação do Modern Jazz Quartet com o selo Atlantic Jazz.
 
Capa do LP Fontessa do Modern Jazz Quartet
Para encerrar o programa apresentaremos um dos músicos de destaque da cena jazz atual, o trompetista Roy Hargrove. Apontado por Miles Davis como um dos trompetistas mais talentosos da então nova geração do jazz, Mr. Hargrove tem desenvolvido um trabalho de qualidade técnica exemplar, conseguindo mesclar uma abordagem contemporânea ao jazz sem descer do bonde da tradição. Você poderá conferir o resultado nas faixas Speak Low (Kurt Weil e Ogden Nash) e I´m not so sure (Cedar Walton). Fazem parte do grupo que toca no CD Roy Hargrove – trompete e flugelhorn, Justin Robinson – sax alto e flauta, Gerald Clayton – piano, Danton Boller – contrabaixo e Montez Coleman – bateria. O álbum Earfood foi lançado em 2008 pelo selo EmArcy.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Programa de 09 de novembro de 2010

O programa desta terça-feira começa prestando tributo ao grande trompetista Henry “Red” Allen Jr. Seu pai era o líder de uma Brass Band muito popular no início do século XX em Nova Orleans e já com 10 anos Red Allen se juntou à orquestra. Depois do aprendizado sobre o jazz em diversos grupos da época, o trompetista foi convidado para tocar no lendário (e ponha lendário nisso...) grupo de Joe “King” Oliver em Chicago. Red Allen tocou ainda nas orquestras de Luis Russel, Fletcher Henderson e Louis Armstrong.

Henry "Red" Allen - cheio de estilo!
Escolhemos para abrir o programa os temas Frankie e Johnny e City of the Blues, ambas de autor desconhecido e que foram gravadas pelos Red Allen´s All Stars em Nova Iorque em 1955. O grupo que participou das gravações foi composto por Red Allen – trompete, Tony Parenti – clarineta, Tyree Glen – trombone, Hank Duncan – piano, Milt Hinton – contrabaixo e George Wettling – bateria. O álbum foi chamado de Happy Jazz e foi lançado pelo selo AVID Jazz.

E seguimos o programa dentro de uma linha de jazz mais tradicional apresentando três faixas com o saxofonista Lester Young. Você ouvirá I Got Rhythm (Gershwin Bros.), Jump Lester Jump (L. Young) e Lester Leaps Again (Irving Caesar e Buck Clayton). As faixas fazem parte da caixa Lester Leaps In lançada pelo selo inglês MCPS que, infelizmente, não traz os detalhes das gravações.

Foro muito especial em que aparecem Billie Holiday, Lester Young, Ben Webster e Gerry Mulligan
copiada do blog http://velhodeouro.blogspot.com/ que é muito legal
Após o intervalo apresentaremos outro clássico do saxofone: Ben Webster tocará as canções Pennies From Heaven (Arthur Johnston e Johnny Burke), Don´t Get Around Much Anymore (Duke Ellington e Bob Russel) e Tenderly (Walter Gross e Jack Lawrence). As faixas fazem parte do álbum King of the Tenors que foi gravado para o selo Verve em maio de 1953. Acompanharam o sax tenor do Ben Webster os músicos Harry Sweets Edison – trompete, Benny Carter – sax alto, Oscar Peterson – piano, Herb Ellis – guitarra, Ray Brown – contrabaixo e Alvin Stoller – bateria.

O guitarrista Grant Green é o destaque do quarto bloco do programa. Você ouvirá duas delicadas interpretações para dois temas muito bonitos: Nancy (With the Laughing Face) (P. Silvers e Van Heusen) e Moon River (Henry Mancini e Johhny Mercer). As gravações foram feitas para o selo Blue Note em janeiro de 1962. Moon River, que foi lançada no álbum Gooden´s Corner teve Grant Green – guitarra, Sonny Clark – piano, Sam Jones – contrabaixo e Louis Hayes – bateria. Nancy foi lançada em uma coletânea do selo Mosaic em 1989 e teve Art Blakey na bateria.

Grant Green em um programa de TV em 1965
Para encerrar o programa escolhemos as faixas When the Sunny Gets Blue (Marvin Fischer e Jack Segal) e Night in Tunisia (Dizzy Giliespie e Frank Paparelli). Ambas fazem parte do álbum Today and Tomorrow lançado pelo pianista McCoy Tyner em 1963. As gravações foram feitas em trio, completando a formação Jimmy Garrison – contrabaixo e Tootie Heath – bateria. A edição do LP foi feita pelo selo Impulse.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Programa de 04 de novembro de 2010

O programa começa com três clássicos do repertório da música popular norte americana na voz da grande Sarah Vaughan. Você ouvirá They Can't Take That Away From Me (Gershwin Bros.), Nice Work if You Can Get It (Gershwin Bros.) e Prelude to a Kiss (Duke Ellington). As faixas fazem parte de uma coletânea chamada The Great American Songbook, lançada em 2007 pelo selo inglês Not Now Music. As faixas foram gravadas entre 1954 e 56 para o selo Mercury.

Sarah Vaughan nos anos 50. Totalmente demais!

Você sabia que a Sarah Vaughan (pronuncia-se vô aan) é considerada uma das três maiores cantoras de jazz de todos os tempos? E sabia que ela foi descoberta em um concurso de calouros no Apollo Theater no Harlem em Nova Iorque? Sobre a Sassy há muito mais histórias para se contar; devagar vamos contando...

O programa terá sequência com dois temas ligados a um filme que é marcante para a cultura brasileira e para a música norte americana. Sério! Estou escrevendo sobre o filme O Orfeu do Carnaval do diretor francês Marcel Camus. O roteiro foi baseado em uma peça escrita por Vinícuis de Moraes, e teve música composta por Luís Bonfá e Tom Jobim. O filme acabou premiado com a Palma de Ouro em Cannes e foi exibido nos Estados Unidos. Europeus e norte americanos ficaram aturdidos com a trilha sonora do filme e daí passaram a se interessar pela música feita pelos meninos do Rio.

Capa de uma das edições da trilha sonora do filme Orfeu do Carnaval
 Pois bem, alguns anos depois, em 1963, o saxofonista Paul Desmond gravou o álbum Take Ten e incluiu as canções The Theme from Black Orpheus (Luis Bonfá, Antonio Maria e Luigi Creatore) e Samba de Orfeu (Luis Bonfá). Acompanharam o sax alto de Paul Desmond os músicos Gene Cherico - contrabaixo, Connie Kay - bateria e, em participação muito especial, Jim Hall - guitarra. O álbum foi lançado pelo selo RCA Victor.

Pouco conhecido no Brasil o saxofonista ternor Warne Marsh teve destaque na cena jazz norte americana durante os anos 50. Começou sua carreira em meados da década de 40 tocando no grupo liderado pelo pianista e compositor Hoagy Carmichael, encontrou seu caminho musical trabalhando com o pianista Lennie Tristano na década seguinte e, durante os anos 70 juntou-se ao grupo SuperSax. Você vai conhecer um pouco do trabalho de Warne Marsh conforme registrado no álbum Jazz of Two Cities pelo selo Imperial em 1956. Selecionamos as faixas Smog Eyes(Ted Brown) e Ear Conditioning (Ronnie Ball). Acompanharam Mr. Marsh Ted Brown - sax tenor, Ronnie Ball - piano, George Tucker - contrabaixo e Jeff Morton - bateria.
 
O pianista, compositor, arranjador brasileiro Mozar Terra (1950-2006) tocou com diversos artistas de renome entre eles Caetano Veloso, Joyce e Lúcio Alves. Morou e trabalhou na Europa por durante vários anos. De volta ao Brasil participou de diversos grupos instrumentais. Em 2001 lançou pelo selo Núcleo Contemporâneo o CD Caderno de Composição. Disco muito bom que conta com a participação de grandes nomes da música instrumental brasileira. Tocaremos no programa as faixas Ascenção e Mestiça, ambas de Mozar. Em Ascenção você ouvirá Rodolfo Stroeter - baixo acústico, Tutty Moreno - bateria, Teco Cardoso - sax barítono, François - trombone, Roberto Sion - sax tenor e Walmir Gil - trompete. Em Mestiça teremos o mesmo grupo com Teco Cardoso tocando flauta em sol e Roberto Sion flauta. Música de primeira!

Capa do CD Caderno de Composições de Mozar Terra
Theolonius Monk é uma das figuras mais originais da história da música do século XX. A sonoridade peculiar do seu piano, as composições que fugiam dos padrões e mesmo seus chapéus marcaram o ambiente do jazz durante muitos anos. Para encerrar o programa você ouvirá um de seus trabalhos mais importantes: o álbum Straight, No Chaser - lançado em 1967 pelo selo Columbia Jazz. Tocando acompanhado do companheiro inseparável Charlie Rouse - sax tenor, de Larry Gales - contrabaixo e Ben Riley - bateria, Mr. Monk gravou Between the Devil and the Deep Blue Sea (Harold Arlen) e Lokomotive (T. Monk), que mostraremos no último bloco do programa.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Programa do dia 02 de novembro de 2010

O programa teve como destaque o álbum When I Look in Your Eyes da pianista e cantora canadense Diana Krall. O CD gravado em 1999 para o selo GRP/Verve foi produzido em parceria por Tommy LiPuma e Johnny Mandel e é mais um dos excelentes trabalhos de Miss. Krall (ou será Mrs. Costello?) antes de explodir em sucesso com aquele DVD gravado em Paris. Tocamos as faixas Let´s Face the Music and Dance (Irving Berlin) e I´ve Got You Under my Skin (Cole Porter) no segundo bloco do programa; apresentamos ainda East of the Sun (And West of the Moon) (Brooks Bowman) e Devil MayCare (Terrel Kirk Jr. & Bob Dorough) no bloco de encerramento. Participaram das gravações Russel Malone - guitarra, Ben Wolfe - contrabaixo, Jeff Hamilton - bateria e, em I´ve Got..., Larry Bunker - xilofone. Disco bom... teve destaque também porque sorteamos uma cópia entre os seguidores do blog. Quem ganhou foi o ouvinte Luiz Renato Roble.

Teddy Wilson, Lester Young e o baterista Jo Jones curtindo um som...
Tocamos no bloco inicial o registro do encontro do saxofonista Lester Young com o pianista Ted Wilson. O álbum Pres and Teddy foi gravado em 1956 para o selo Verve. Participaram da sessão Gene Ramey - contrabaixo e Jo Jones - bateria. O disco todo é ótimo de ser ouvido e destacamos as deliciosas faixas All of Me (Seymour Simons & Gerald Marks) e Prisioner of Love (Russ Columbo & Leo Robin).

Grande Hélio Delmiro!
Em um programa repleto de música boa, o destaque nacional ficou por conta do disco Compassos do guitarrista Hélio Delmiro. Tocamos a versão de Hélio para dois standards do repertório jazzístico: My Favorite Things (Richard Rodgers & Oscar Hammerstein III) e Round Midnight (Cootie Williams, Bernie Hanighen & Thelonious Monk). Acompanharam Hélio Delmiro nesse excelente disco Bruno Cardozo - teclados, Jorge Helder - contrabaixo e Jurim Moreira - bateria. O lançamento é da Deck Music no ano de 2004.


Jazz assim só tem na Lumen!